O julgamento do cabeleireiro Alessandro Marques Tereza, acusado de matar o também morador de rua, Jorge Coelho dos Santos foi suspenso por volta do meio dia desta terça-feira (10).

O presidente do júri, juiz Jesseir Coelho de Alcântara, dissolveu o Conselho de Sentença porque o advogado de defesa queria apresentar aos jurados um laudo sobre a sanidade mental do réu, cujo resultado apresentava uma semi-imputabilidade (pertubação mental).

O laudo, que não havia sido juntado aos autos, era referente a um outro feito em que Alessandro foi acusado de matar seu pai em 2010. Diante da indignação do promotor de justiça, João Teles, porque a defesa teria prazo legal para fazê-lo e não o fez, Jesseir consultou os jurados sobre a necessidade da elaboração de um outro laudo, agora relativo ao fato hoje julgado, e, em votação secreta, foi decidido a necessidade de se fazer outro exame.

Diante disso, o juiz, mediante a votação dos jurados, cinco homens e duas mulheres, dissolveu o Conselho de Sentença e determinou a realização do exame pela Junta Médica Oficial do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO). Assim, foi suspenso o andamento do processo até a apresentação do resultado. 

De acordo com o magistrado, uma nova sessão deverá ser designada após a realização do exame. O réu aguarda preso na Casa de Prisão Provisória (CPP). “Em caso de aceitação pelos jurados de uma semi-imputabilidade em uma eventual condenação a pena a ele aplicada diminui de um a dois terços”, explicou Jesseir.

O crime

Alessandro Marques Tereza, acusado de matar, em 8 de dezembro de 2012, Jorge Coelho dos Santos, ambos moradores de rua, em um depósito de recicláveis, localizado na Vila Boa Sorte, na capital. Os dois trabalhavam nesse depósito, local em que também pernoitavam. Na madrugada desse dia, eles brigaram, quando o denunciado, esfaqueou a vítima, ferindo até a morte. (Texto: Arianne Lopes / Foto: hernany César - Centro de Comunicação Social do TJGO)