Cerca de cem audiências previdenciárias, em sua maioria relacionadas à aposentadoria por invalidez e auxílio-doença, foram realizadas nesta quinta-feira (26), último dia do Projeto Acelerar – Mutirão Previdenciário, na comarca de Goianésia. Nesta sexta-feira (dia 27), o programa está em Jaraguá para a realização de 120 audiências.

Uma delas foi a de Osdevaldo José da Rocha (foto ao lado). Após alguns minutos dentro da sala de audiência, ele ficou sabendo que passará a receber o auxílio-doença no prazo máximo de 60 dias. Odesvaldo tem 38 anos, mas tem aparência bem superior à idade. Ele sofre de uma patologia chamada anemia falciforme, doença genética e hereditária que se caracteriza por uma alteração nos glóbulos vermelhos, que perdem a forma arredondada e elástica e adquirem o aspecto de uma foice (daí o nome falciforme) e endurecem. Entre os sintomas está o aceleramento do processo de envelhecimento. “As pessoas me olham e me dão mais de 50 anos”, falou cabisbaixo.

Segundo ele, o dinheiro ajudará no tratamento da doença, cujos medicamentos custam mais de R$10 mil. “Como a medicação é de alto custo, eu pego no Hospital Araújo Jorge. Mas, apesar disso, eu gasto indo para Goiânia para pegar os remédios, consultar e fazer o tratamento”, narrou. Osdevaldo mora com a mulher e duas filhas, de 7 e 10 anos. “Vivemos com a ajuda da igreja e com o salário de diarista da minha mulher”, disse, ao acrescentar que, devido ao problema de saúde, ele ajuda na renda de casa vendendo bombons da rua.

Videnir Reis Teles pleiteou junto o benefício da Lei Orgânica de Assistência Social (Loas) e conseguiu. Diabético e após ter sofrido um acidente de trabalho que o deixou com sequelas. “Trabalhava em uma empresa da reciclagem quando uma peça se soltou e bateu com força bem aqui”, afirmou ao mostrar o hematoma no crânio, no olho esquerdo.

“Ter o meu dinheiro é uma vitória. Vou fazer meu tratamento e comprar um óculos”, planejou. Ele mora de favor na casa do irmão e da cunhada. Segundo Videnir, as fortes  dores de cabeça e desmaios constantes o impedem de conseguir trabalho. “Serviço não tem como procurar mais. Já não tenho aparência. Mas graças a Deus consegui”, falou.

Ele afirmou que a partir de agora não vai precisar mais trabalhar com reciclagem. “Ando muito para ganhar R$ 10 por semana. Agora vou poder comprar também meu adoçante”, finalizou.

Balanço
O diretor do Foro de Goianésia, juiz Decildo Ferreira Lopes, avaliou a realização do mutirão na comarca como positivo. Segundo ele, a iniciativa se destaca para elevar o índice de satisfação dos jurisdicionados. “Com o esforço concentrado de todos reafirmamos o compromisso da celeridade processual”, ressaltou.

O magistrado parabenizou ainda o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) pela organização do programa. “Não precisei remarcar minhas audiências e cedemos apenas o espaço. Além do mutirão, o fórum segue normalmente com suas atividades”, frisou. (Texto: Arianne Lopes / Fotos: Aline Caetano – Centro de Comunicação Social do TJGO)

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