O juiz Jesseir Coelho de Alcântara (foto), da 1ª Vara Criminal de Goiânia, recebeu mais dois inquéritos da Polícia Civil contra Tiago Henrique Gomes da Rocha, suposto serial killer. Os autos tratam de homicídios ocorridos em 2012, um por estrangulamento e outro por espancamento.

Consta do primeiro relatório que João Carlos de Oliveira foi morto no dia 28 de setembro de 2012, em local próximo à rodoviária da capital. O autor e a vítima teriam se conhecido momentos antes, numa festa na região. Quando eles retornavam para suas casas, sem motivo aparente, entraram em luta corporal. Segundo laudo médico e uma testemunha que viu a briga de longe, Tiago espancou e estrangulou João até a morte e depois fugiu.

O outro assassinato foi o de Cleidiane Pereira de Oliveira, morta no dua 7 de dezembro de 2012. A vítima era garota de programa e, como de costume, oferecia seus serviços na Rua Jamil Abrahão, no Setor Rodoviário. O autor teria se aproximado, como um cliente, e a levou para um lote baldio, onde a matou por asfixia.

A Polícia Civil chegou a ponderar ter ocorrido violência sexual contra Cleidiane, mas o laudo pericial não confirmou presença de espermatozoides no corpo da vítima, nem no preservativo encontrado próximo ao local do crime. Para a corporação, tal fato reforça a confissão do autor, que negou conjunção carnal, e combina com os demais crimes cometidos por ele.

Confissões

Em interrogatório, Tiago Henrique confessou ter cometido os dois crimes, movido por “raiva inexplicável e sem origem plausível”, conforme documento da Polícia Civil. Por causa disso, foi pedida a manutenção da prisão cautelar do autor, por seu “comportamento social, que demonstra agressividade e periculosidade, endossada por suas ações violentas amplamente divulgadas pela mídia”. Tiago está preso desde outubro do ano passado e já recebeu 16 decisões de pronúncias. O magistrado determinou a abertura de vista dos dois autos ao Ministério Público do Estado de Goiás. (Texto: Lilian Cury – Centro de Comunicação Social do TJGO)

Audiência suspensa

A audiência preliminar criminal que apura o envolvimento do vigilante Tiago Henrique Gomes da Rocha e da empresária Waldirene Oliveira Manduca (de costas na foto) no homicídio do empresário Denílson Ferreira de Freitas desta segunda-feira (15) foi suspensa devido ao não comparecimento de testemunhas. O juiz Jesseir Coelho de Alcântara, da 1ª Vara Criminal de Goiânia, explicou que serão ouvidos Ministério Público do Estado de Goiás e defensores dos dois acusados para saber da imprescindibilidade de ouvir as testemunhas – das dez arroladas, uma compareceu, três serão ouvidas por carta precatória, uma justificou ausência, duas não foram intimadas e três não compareceram.

O homicídio de Denílson de Freitas ocorreu por volta das 13h30 do dia 28 de fevereiro de 2014, no Bar e Restaurante Cabanas 23, localizado na Rua 23, 397, no Setor Central, em Goiânia. Na audiência de ontem à tarde, Maria de Lourdes Freitas, irmã de Denílson de Freitas, afirmou que chegou ao restaurante pouco depois do crime ter acontecido. Segundo ela, o irmão havia relatado que estava sofrendo ameaças de morte.

Maria de Lourdes (na foto, de amarelo) contou também que o casal havia se separado poucos meses antes do crime e que a divisão patrimonial já estava praticamente solucionada. Segundo a irmã da vítima, o relacionamento entre Denílson de Freitas e Waldirene Manduca era bastante conturbado, marcado por crises de ciúmes e agressões. Ela relatou também que a ex-mulher do irmão chegou ao local do assassinato chorando, logo após o crime, e recebeu, das mãos de um policial, a carteira com os documentos pessoais e dinheiro da vítima.

Relatou também que ouviu falar que Tiago Henrique havia frequentado o bar de Waldirene Manduca, que ficava a poucas quadras do local do crime. Disse ainda que alguns dias depois do assassinato ficou sabendo que a mulher utilizou o cartão da conta bancária de Denílson de Freitas para fazer compras.

Mais uma pronúncia
O juiz Jesseir Coelho de Alcântara proferiu nesta segunda-feira mais uma decisão de pronúncia contra Tiago Henrique Gomes da Rocha – agora são 16 decisões. O vigilante deverá ser julgado pelo júri popular pelo homicídio contra Mauro Ferreira Nunes. O crime foi cometido no dia 19 de julho de 2014, na Avenida Anhanguera, no Setor dos Funcionários, dentro do estabelecimento Eskema Imagens.

Para cometer o crime, segundo a denúncia do Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), Tiago Henrique chegou ao estabelecimento comercial em uma moto preta e estacionou na calçada. Ele entrou no local de capacete e simulou um assalto, tendo atirado na vítima sem que essa esboçasse qualquer reação. O MPGO denunciou o vigilante por homicídio simples com as qualificadoras de motivo torpe e com a utilização de recurso que impossibilitou a defesa da vítima. (Texto: João Carlos de Faria/Fotos: Aline Caetano - Centro de Comunical Social)