O juiz Jesseir Coelho de Alcântara, da 1ª Vara Criminal de Goiânia, desmembrou os autos do processo que apura o envolvimento do vigilante Tiago Henrique Gomes da Rocha e da empresária Waldirene Oliveira Manduca no assassinato do empresário Denilson Ferreira de Freitas. O crime ocorreu por volta das 23h30, do dia 28 de fevereiro de 2014, no Bar e Restaurante Cabanas 23, na Rua 23, 397, no Setor Central.

O magistrado determinou o desmembramento do processo pelo fato de Tiago Henrique estar preso e Waldirene Manduca, solta. Jesseir de Alcântara explicou que adotou a medida porque já foram ouvidas as testemunhas arroladas pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) e pela defesa de Tiago Henrique – falta apenas o cumprimento de uma carta precatória para a comarca de Ceres – e ainda devem ser inquiridas, também por carta precatória, testemunhas de Waldirene Manduca, bem como a juntada de diligências solicitadas pela defesa da empresária. O interrogatório de Tiago Henrique será marcado após a juntada da carta precatória inquiritória da testemunha Cláudio Márcio Martins.

Na audiência realizada nesta tarde, a delegada Silvana Nunes Ferreira (foto) revelou que este processo é o único em que existe prova papiloscópica e de presença no local do crime. Segundo ela, há filmagens de Tiago Henrique na Lanchonete Tocantins, de propriedade de Waldirene Manduca momentos antes do crime, bem como impressões digitais dele em uma lata de cerveja e em um copo. Afirmou ainda que testemunhas reconheceram o vigilante como a pessoa que esteve no Restaurante Cabanas 23 momentos antes do assassinato, procurando pela vítima, e que teria sido ele que atirou na cabeça do empresário logo depois de anunciar um assalto.

Com relação à Waldirene Manduca, a delegada afirmou que a suspeita recai sobre ela por terem sido apagadas imagens do momento do crime, que estariam gravadas no equipamento de vídeo do sistema de segurança do estabelecimento comercial. Segundo ela, nenhum empregado do estabelecimento tinha a senha de segurança. A delegada contou também que foi apurado a existência de desentendimentos entre o casal, que estava separado, por questões financeiras e sentimentais.

Empregada de Denilson de Freitas, Soneide Moreira dos Santos disse que estava ao lado da vítima quando esta foi assassinada. Contou também que o homem que matou o empresário esteve três vezes no restaurante no dia do crime. Ela também disse que reconheceu o assassino como o homem que foi filmado na lanchonete de Waldirene Manduca e que, na Delegacia de Investigação de Homicídios (DIH), foi lhe apresentada uma gravação, cuja voz era de Tiago Henrique e seria muito semelhante ao do homem que atirou na cabeça de Denilson de Freitas.

Geugiana Fernandes, que também trabalhava no Cabanas 23, afirmou que o homem que atirou em Denilson de Freitas era alto e magro, esteve no restaurante dois dias antes. Ela confirmou que o atirador foi mesmo Tiago Henrique e que somente o patrão e Waldirene Manduca tinham a senha do equipamento de segurança do estabelecimento.

Durante seu depoimento, Fabrícia Neves dos Santos, que também era empregada do Cabanas 23, ficou muito emocionada. Ela teceu vários elogios ao comportamento de Denilson de Freitas. Afirmou que, mesmo estando próxima do local do crime, viu o atirador somente quando este estava montando na motocicleta de cor escura que utilizou para fugir. Afirmou que era um homem alto e que estava com uma mochila nas costas. Fabrícia dos Santos disse também que saiu correndo para ir até a lanchonete de Waldirene Manduca comunicar o ocorrido. Confirmou que reconheceu, por intermédio de fotografias, na DIH, Tiago Henrique como o atirador.

Também participaram da audiência o promotor de Justiça Maurício Gonçalves de Camargo e os advogados Brunna Moreno de Miranda Bernardo, defensora de Tiago Henrique, e Flávio Cardoso e Pedro Henrique Silva Souza, defensores de Waldirene Manduca. (Texto: João Carlos de Faria/Fotos: Aline Caetano - Centro de Comunicação Social)