“Eu concedi o benefício. A senhora é a mais nova aposentada”, disse o juiz Thiago Castelliano Lucena de Castro, durante a realização do Programa Acelerar – Núcleo Previdenciário, na comarca de Maurilândia, nesta quarta-feira (30), para Leonides Maria Silva Oliveira, de 57 anos.

A emoção foi tanta que Leonides se levantou, abraçou e agradeceu o magistrado. “Meu Deus, quanta felicidade. Obrigada Deus, obrigada a vocês”, comemorou. A frase foi dita pelo menos cinco vezes como forma de agradecimento. “Ela está assim porque merece muito. Essa mulher já sofreu muito, trabalhou a vida toda e 

hoje quase não veio aqui para a audiência”, afirmou a testemunha Jaldair Miranda Silva, de 68 anos, que a conhece há mais de 40 anos.

Leonildes contou que passou mal durante toda a noite. Ela descobriu há alguns meses que está com problema no coração. Além disso, a outra testemunha foi para o hospital da cidade e não pode comparecer à audiência. “Fiquei muito nervosa. Achei que morreria à noite. Só que deu certo e estou aposentada. Não vou precisar mais depender da ajuda dos outros”, disse, chorando. Segundo ela, o marido a deixou há alguns anos e criou sozinha os dois filhos. “Não foi fácil não, já passei até fome. Esse dinheiro vai para minhas despesas”, ressaltou.

O juiz Thiago Castelliano enfatizou que Leonides preencheu todos os requisitos previstos na lei – ultrapassou a idade exigida (55 anos para mulher) e comprovou o exercício da atividade rural por longo período – 180 meses. “Isso porque entendo que a requerente logrou êxito em produzir prova do alegado, trazendo aos autos prova documental sobre a sua condição de rurícola, consubstanciada na certidão que indica a qualidade de rurícola do ex-marido. Em casos semelhantes, o fato do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) ter reconhecido a qualidade de rural do marido, por si só, não enseja o automático reconhecimento da qualidade de rural da esposa, já que a prova é pessoal e apenas indireta”, destacou.

A emoção também tomou conta de Maria Madalena de Oliveira, de 56 anos, ao saber que a partir de agora poderá ajudar a filha que tem 34 anos de idade e está com uma doença incurável. “Há um ano descobrimos que ela está doente. Todos estamos abalados”, relatou.

Se não bastasse isso, Maria Madalena perdeu o marido em 2005, devido a um derrame. Em seguida, o filho morreu. “Ele bebia demais e tinha diabetes. E agora descubro que minha filha está doente. É muito sofrimento para uma pessoa só. Só perdi em minha vida”, frisou. Ela disse que está com início de depressão. “Fui ao médico e ele disse para eu tomar cuidado. As pessoas acham que é frescura, mas só quem tem vive isso sabe o que estou falando”.

Assim, para Maria Madalena, a aposentadoria veio em uma ótima hora. “Acho que agora posso voltar a sonhar. As coisas acontecem para a gente na hora que tem de ser. Eu creio que Deus tem algo melhor para mim e minha filha”, finalizou.

Força tarefa
Nesta quarta-feira (30), o Programa Acelerar – Núcleo Previdenciário chegou a Maurilândia para a realização de 80 audiências. Ontem, a força-tarefa esteva na comarca de São Simão, onde os trabalhos foram finalizados às 21 horas, no fórum local. Seguirá na quinta-feira (1°) para Cachoeira Dourada e finalizará a semana em Buriti Alegre.

Em Maurilândia, os trabalhos contaram com a colaboração dos juízes Everton Pereira Santos, Altamiro Garcia Filho, Maria Clara Merheb Gonçalves Andrade, Diego Custódio Borges e Thiago Soares Castelliano Lucena de Castro, além dos servidores que integram a equipe do Acelerar Previdenciário. (Texto: Arianne Lopes / Fotos: Aline Caetano – Centro de Comunicação Social do TJGO)

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