O programa Oficina de Pais completa, neste mês de dezembro, seis anos de atividades ininterruptas, contabilizando a orientação de 2.115 genitores que vivenciam conflitos provenientes do término da relação conjugal. O programa tem a proposta de difundir conhecimento e orientação para as famílias de pais separados sobre como lidar com disputas de guarda dos filhos, e é resultado de uma parceria entre o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) e a Associação de Terapia Familiar de Goiás (Atfago), com o apoio do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
As oficinas vêm sendo desenvolvidas no TJGO desde novembro de 2013, e teve como precursora a titular da 1ª Vara de Família de Goiânia, Sirlei Martins da Costa, atualmente juíza auxiliar da Presidência do TJGO, para quem o programa é uma importante ferramenta, que auxilia os genitores a lidarem melhor com a criação dos filhos após o divórcio, além de propiciar uma tomada de consciência de que é necessário preservar, sobretudo, a integridade psicológica e emocional da criança.
A presidente da Atfago, psicóloga Ângela Baiocchi, ressalta que 80% dos pais que frequentam a oficina são encaminhados por ordem judicial, enquanto o restante do público assiste ao programa voluntariamente, geralmente por sugestão de advogados. “Esperamos que, cada vez mais, advogados encaminhem os casais para a Oficina de Pais, evitando, assim, o excesso de judicialização ou conflitos que poderiam ser evitados, em benefício dos filhos”, avaliou Ângela Baiocchi.
Conforme a psicóloga jurídica e integrante da Atfago, Graziela Hanna, as oficinas promovem uma reflexão na forma como os pais devem encarar a relação com os filhos após o divórcio, evitando envolver a criança no desentendimento do casal. “Estamos comemorando a mudança de atitude de muitos genitores que passaram pelo programa, e que deixaram de levar em consideração apenas os interesses de cada um, para dar importância aos interesses dos filhos”, ressaltou a psicóloga jurídica Graziela Hanna.
O policial civil Marcelo Rodrigues, pai de Mariana de 10 anos, compareceu à Oficina de Pais, na edição em que o programa completou seis anos de funcionamento, e lamentou que a desavença dos pais possam impactar negativamente as emoções das crianças. “O que aprendemos aqui contempla uma mudança de comportamento que deveríamos adotar, mas nem sempre conseguimos colocar em prática”, reflete. (Texto e fotos: Carolina Dayrell - Centro de Comunicação Social do TJGO)