O juiz Jesseir Coelho de Alcântara, da 3ª Vara dos Crimes Dolosos Contra a Vida e Tribunal do Júri da comarca de Goiânia, proferiu sentença de pronúncia determinando que o personal trainer Murilo de Morais Segurado vá a júri popular. Ele tentou matar a namorada Fabrícia Silva Guimarães. A data do julgamento ainda não foi definida porque cabe recurso.

O crime ocorreu no dia 28 de agosto de 2019, no Residencial Eldorado, em Goiânia. Segundo os autos, o denunciado agrediu a vítima, por diversas vezes, com socos e pontapés na cabeça, considerada região letal.

Segundo o magistrado, é necessária e eficaz a decisão de pronúncia, para que todas as dúvidas e contradições existentes nos autos venham a ser sanadas pelo Conselho de Sentença, composto por sete jurados.

“A decisão de pronúncia encerra o simples juízo de admissibilidade da acusação, exigindo o ordenamento jurídico somente o exame da ocorrência do crime e de indícios de sua autoria, não se demandando aqueles requisitos de certeza necessários à prolação de um édito condenatório, sendo que as dúvidas, nesta fase processual, resolvem-se a favor da sociedade, mesmo que em detrimento do direito individual”, salientou Jesseir Coelho, ao citar o artigo 413, do Código de Processo Penal (CPC).

O caso
De acordo com a denúncia, o personal trainer tentou matar a vítima, com quem se relacionava há quatro anos. O relacionamento do casal era marcado por brigas e históricos de agressões físicas em razão do comportamento agressivo de Murilo.

No dia do crime, o casal discutiu por motivos banais e Murilo Segurado foi até o apartamento de Fabrícia Guimarães e disse que desejava conversar com ela. A vítima disse que estava indo a igreja e o personal trainer se dispôs a acompanhá-la. Os dois entraram no veículo da mulher, mas ele ficou agressivo.

Fabrícia Guimarães, de acordo com a denúncia, pediu para Murilo Segurado descer do veículo e ele se negou a atendê-la. A mulher, então, saiu do carro e o personal trainer, logo após também desembarcar, a acertou com um soco na cabeça. Ela caiu e sofreu uma sequência de golpes, sendo atingida várias vezes na cabeça. A vítima teve o braço quebrado.

Mesmo diante de um policial civil que passava pelo local, Murilo Segurado continuou as agressões. Ele só parou de socar e chutar a vítima depois que o policial disparou um tiro para o alto. Murilo, então, tentou fugir, mas foi rendido e preso pelo policial e por populares. (Texto: Arianne Lopes - Centro de Comunicação Social do TJGO)