A separação de Lorena e Igor foi atribulada. Contudo, o casal teve a chance de resolver todas as pendências em uma só audiência durante o programa Justiça Ativa, realizado na comarca de Aruanã, na última semana, presidida pelo juiz Luiz Antônio Afonso Júnior. Os nomes das partes envolvidas foram trocados para preservar suas imagens.

“Vocês foram casados e passaram por situações boas e ruins. Agora, têm a chance de acertar os pontos e criar a filha de vocês com, apenas, paz e sossego”, ponderou o magistrado para apaziguar o casal.

Lorena tem 25 anos e trabalha como vendedora. Igor, 27 anos, é pedreiro. Viveram juntos por cerca de quatro anos, sendo três casados no civil. Tiveram uma filha, hoje com três anos de idade. Por causa das brigas, o homem deixou Aruanã e se mudou para a capital, mas costuma visitar a família com frequência, na região do rio Araguaia e, por causa disso, ajuizou ação para regularizar o direito de visita.

Marcada para manhã de quarta-feira (19), o primeiro processo envolvia o crime de ameaça, no qual o homem era acusado. Segundo a denúncia, ele teria ido à casa da ex-companheira e, sem conseguir entrar, teria forçado o portão e discutido com o padrasto e a mãe da moça. A polícia foi acionada e, então, Lorena prestou queixa.

Ao ouvir testemunhas, contudo, o magistrado ponderou que não houve ameaça por parte de Igor – em nenhum momento, ele teria proferido palavras que manifestassem a vontade de fazer mal a Lorena ou a família da ex-mulher.

Divórcio
Aproveitando a ocasião, uma vez que Igor e Lorena e seus representantes legais estavam presentes, Luiz Antônio Afonso Júnior sugeriu resolver o processo de divórcio – marcado para o mesmo dia, só que para o período da tarde. Os autos foram buscados e, então, o magistrado deu início ao processo legal de separação do casal.

Inicialmente, Lorena não queria permitir visitas do pai à filha. Contudo, o juiz explicou que é necessário e previsto em lei. “Vocês podem ter brigado, mas têm um laço eterno, que é a filha de vocês”, explicou o magistrado.

Dessa forma, o Conselho Tutelar vai intermediar os encontros: a criança será buscada na casa da mãe para ser levada à casa dos avós paternos, uma vez que Igor não mora em Aruanã e não está sempre na cidade. Os encontros serão sempre nos primeiros e terceiros fins de semana de cada mês.

Justiça Ativa em Aruanã
A comarca de Aruanã recebeu o programa Justiça Ativa entre os dias 18 e 21. A iniciativa contou com o trabalho de seis magistrados e servidores designados especialmente para atuar no local. A pauta do evento teve cerca de mil atos judiciais e mais de 300 audiências marcadas, o que representa um ano de trabalho na comarca, desprovida de juiz titular. O programa teve apoio do Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), representado por seis promotores de justiça, e da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO).

Participaram do evento os juízes Luís Henrique Lins Galvão de Lima, titular de Goiás e respondente por Aruanã, Everton Pereira Santos, do 1º Juizado Especial Cível e Criminal da comarca de Catalão; Fernando Ribeiro de Oliveira, Juizado Especial Cível e Criminal da comarca de Trindade; Luiz Antônio Afonso Júnior, 1ª Vara da comarca de Ipameri; Nickerson Pires Ferreira, 2ª Vara Cível, das Fazendas Públicas e de Registros Públicos da comarca de Inhumas e Raquel Rocha Lemos, da comarca de Ivolândia.

(Texto: Lilian Cury/ Fotos: Wagner Soares – Centro de Comunicação Social do TJGO)