IMG 0815 pequena Representantes do Poder Judiciário, Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), conselho tutelar e Polícia Civil participaram na última sexta-feira (23), do workshop com o tema Crimes Sexuais Contra Crianças e Adolescentes: Reflexões e Abordagem, no auditório do Tribunal do Júri da comarca de Iporá.

 

 

O objetivo foi sensibilizar o profissional quanto a abordagem técnica com as crianças e adolescentes que foram vítimas de abuso sexual com o auxílio de uma cartilha confeccionada pela equipe técnica do Juizado da Infância e Juventude da comarca de Goiânia e do MPGO. IMG 0793 pequena

“Temos o objetivo de trazer para a comarca e região, o conteúdo que está no manual confeccionado para o profissional para que se possa despertar para uma abordagem mais sensível e mais humana”, pontua a juíza auxiliar da Corregedoria Geral da Justiça de Goiás (CGJGO), Maria Socorro Sousa Afonso Silva (foto à direita).

Para a promotora de Justiça Karina d'Abruzzo, coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Infância e Juventude do MPGO, a articulação dos operadores do Direito é fundamental. “Temos a perspectiva de mostrar o que é o ideal quanto a abordagem e articular os profissionais é de extrema importância para o que chamamos de depoimento ou escuta especial”, pontua a promotora.

O workshop foi ministrado pela equipe da Secretaria Interprofissional Forense da CGJGO, composta pela psicóloga Ana Paula Osório Xavier e pela pedagoga Cyntia Bernardes. Cyntia citou a pesquisa realizada pelo Datafolha encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) que mostra que 33,3% da população brasileira acredita que a vítima de estupro é culpada. Deles, 42% são homens e 32% são mulheres. “Isso acontece porque o abuso sexual é um assunto que ainda é tabu na nossa sociedade, mas, nós profissionais, trabalhamos com esse tema diariamente e devemos ter a consciência de que a vítima nunca é culpada”, pontua Cyntia.

IMG 0831 pequena Depois da exposição, os presentes fizeram dinâmica com uma situação de uma garota de 9 anos que relatou ter sido abusada pelo motorista do transporte escolar. Os participantes discutiram como deveria ser a abordagem a essa criança, quais perguntas deveriam ser feitas, além de analisar a postura mais adequada do entrevistador.

“O relato é afetado pelas inúmeras abordagens inadequadas. Com isso causa a inconsistência do relato como prova”, pontua a psicóloga da CGJGO, Ana Paula Osório Xavier. Após a dinâmica, foi conferida que as perguntas a serem feitas devem ser abertas, aquelas que não dão a possibilidade do sim e do não.

“As perguntas abertas sem a sugestionabilidade é a forma ideal de abordagem. É fazer questionamentos e perguntas de acordo com o relato do menor”, conclui a psicóloga. (Texto e fotos: Jéssica Fernandes – da Corregedoria-Geral da Justiça de Goiás)