Designado para esta quinta-feira (18) no fórum de Campos Belos, foi suspenso o julgamento de quatro dos sete denunciados de matar o ex-prefeito de Monte Alegre de Goiás, José da Silva Almeida, conhecido como Zé da Covanca, em agosto de 1999. A decisão foi do juiz Eduardo Pio Mascarenhas da Silva, em razão de um pedido de desaforamento (tirar o processo do Foro em que está para mandá-lo a outro) feito Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO).

“Em face de surgir dúvida sobre a imparcialidade dos jurados, tendo sido apresentadas provas, entendo por bem suspender o julgamento do feito, até que ocorra decisão por parte do Tribunal de Justiça”, frisou o juiz.

Além dos quatro acusados que seriam julgados hoje, foram denunciadas outras três pessoas, das quais uma morreu há cerca de dez anos em uma troca de tiros com a polícia, e dois nunca foram localizados.

Sobre o crime
De acordo com a denúncia, por volta de 0h30 do dia 26 de agosto de 1999, os denunciados mataram o ex-prefeito com três tiros em sua casa, localizada em Monte Alegre. Consta ainda dos autos que o crime começou a ser articulado pelo ex-vice-prefeito, Antônio, e seu então cabo eleitoral José Roberto, que planejaram o assassinato com o propósito de proveito político.

Assim, os dois teriam contratado Manoel – já falecido –, Luiz Carlos e outra pessoa identificada por Aldo. Eles foram levados de Goiânia para Monte Alegre com a tarefa de matar Zé da Covanca, mediante pagamento, tendo sido acomodados uma fazenda no município de Teresina. Floriano, na época motorista da Polícia Civil, sustentava os executores com mantimentos e utensílios domésticos, enquanto estes aguardavam a ordem para o delito.

Na véspera do crime, José Roberto levou os três para a cidade, no carro de Floriano, e em outro veículo de Antônio. Manoel, Luís Carlos e Aldo rondaram a casa de Zé da Covanca até que dois deles desceram, um deles encapuzado, e tocaram a campainha. Antes de a vítima abrir totalmente a porta, eles forçaram a entrada e um dos denunciados dominou-a, enquanto o encapuzado atirou três vezes, atingindo-a na cabeça, nariz e pescoço. Uma quarta pessoa foi vista no local do crime, mas não foi identificada. (Texto: Arianne Lopes – Centro de Comunicação Social do TJGO)