28986113792 e928aa425a zO último dia do Fórum Nacional da Justiça Juvenil, que aconteceu na sexta-feira (19), em Pirenópolis, foi marcado com a apresentação de vídeos de três boas práticas realizadas por juízes do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), constelação familiar e histórias de superação de adolescentes que ficaram internados no Centro de Atendimento Socioeducativo (Case).

Da comarca de Anápolis, o juiz Carlos José Limongi Sterse explanou sobre o Projeto Cruzada pela Dignidade, em que envolve todos os segmentos da sociedade na ressocialização do jovem e na reestruturação da família. “Envolvemos todos os segmentos possíveis: instituições religiosas, maçonaria, Rotary Club, LionsClub, Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), Centro de Refêrencia de Assistência Social (Cras) e muitos voluntários nesse trabalho. Se o crime se organiza porque não o bem se organizar?”, pontua o magistrado. 28541009743 cfa73fb482 z

A juíza da comarca de Luziânia, Célia Regina Lara (foto à direita), realiza o Projeto Mundo Legal, em que palestras são realizadas com os menores infratores junto com os responsáveis legais. Na palestra é explanado sobre a Justiça, cidadania e andamento dos processos. “Durante a palestra é dado para o adolescente um papel para que ele escreva o que precisa ter no Mundo Legal dele. É um momento de reflexão para o menor. E as respostas são diversas e incríveis”, pontua Célia.

A leitura do livro é adotada pelo juiz Liciomar Fernandes, da comarca de Jaraguá. “São adotados livros para que o jovem reflita sobre a vida dele. Um deles é O Pequeno Príncipe. É tirar lição do que o jovem absorveu da leitura que fez. Posso tirar cem lições, mas se um jovem se recuperar com essa leitura, pra mim já valeu a pena”, ressalta Fernandes.

Com inspiração nas boas práticas dos magistrados e atividades realizadas dentro do centro de internação, dois adolescentes deram o depoimento de vida de como a iniciativa e oportunidade muda a vida de um jovem que praticou atos infracionais. “As pessoas na rua me viam como um lixo, essa é a verdade”, afirma H. (foto à esquerda), de 19 anos. O jovem que possuía 19 passagens foi internado no Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) por várias vezes e hoje faz curso de inglês e quer fazer faculdade de Medicina.

“Foi muito bom e gratificante todo o apoio que eu tive e com muita força e muita luta eu sou a pessoa que sou hoje. Quero fazer Medicina e também quero dar palestras. Não posso apagar o que fiz, mas passado é passado”, diz H.. 

A estudante A. (foto à direita) também se apresentou no Fonajuv e relatou a sua história de vida cantando um rap/funk. “A falta de um pai presente na minha vida fez com que eu fizesse muitas burradas e na última vez fui para o Case. Lá eu pensei no que eu estava fazendo, o sofrimento da minha mãe e da minha família. Foi quando estava no Case que despertou em mim a musicalidade”, pontua.

A apresentação dos dois adolescentes veio explicitar que com medidas adequadas e iniciativa do poder público, o jovem pode ser recuperado. “O que os nossos jovens precisam é de oportunidade”, pontua a juíza auxiliar da Corregedoria Geral da Justiça de Goiás, Maria Socorro Sousa Afonso Silva. 

A apresentação da constelação familiar foi feita pela musicoterapeuta e consteladora familiar Adriana Silvestre com o auxílio da psicóloga Gleyce Arruda. “Apresentamos a introdução a constelação familiar e casos de adolescentes atendidos no Centro Socioeducativo, além de uma experiência fenomenológica com os magistrados presentes. Foi importante para eles para mostrar a importância deste trabalho no socioeducativo na ressocialização dos adolescentes”, pontua Adriana.

O cantor R. (foto à esquerda), que recentemente estava no Centro de Atendimento Socioeducativo, com o auxílio do musicoterapeuta Hermes Soares fizeram o encerramento do evento, cantando músicas sertanejas. A juíza auxiliar da CGJGO, Maria Socorro Sousa Afonso Silva, pontuou a atuação dos servidores da Corregedoria-Geral da Justiça de Goiás, na organização e logística do evento. (Texto: Jéssica Fernandes - da Corregedoria Geral da Justiça de Goiás/Fotos: Wagner Soares - Centro de Comunicação Social TJGO)

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