A juíza Placidina Pires, da 10ª Vara Criminal de Goiânia, expediu mandado de busca em apreensão na Clínica Renascer, situada no Setor Solar Ville. Há suspeitas de que, no local, os internos para tratamento de dependência química estavam sujeitos a torturas e ameaças.

A medida, de natureza cautelar, foi pedida mediante denúncia de ex-paciente que procurou a 22ª Delegacia de Polícia para noticiar ter sofrido violência física cometida pelos funcionários da unidade de reabilitação. Ele havia sido internado involuntariamente e, ao fugir, relatou ter sido agredido com socos, pontapés e enforcamentos, provocando, inclusive, uma fratura em seu braço direito.

Os agentes de polícia foram ao local para averiguar a veracidade das informações no dia 4 deste mês e constataram que não havia fachada na clínica. Ao conversarem com uma das pessoas, um funcionário se identificou como terapeuta, mas não apresentou carteira profissional.

Eles não localizaram o dono, Bruno Volpato, que foi intimado posteriormente e não compareceu à delegacia para prestar esclarecimentos. Em consulta ao sistema policial, os investigadores descobriram que o proprietário foi autuado duas vezes por conduzir veículo adulterado e porte de arma de fogo de uso restrito.

Ao apreciar o pedido de busca e apreensão, Placidina Pires (foto à direita) destacou que “a autoridade policial visa, principalmente, a apuração dos delitos de tortura, sequestro e cárcere privado qualificado por maus-tratos e sofrimento físico, e há fortes indícios de que nos locais indicados pela autoridade policial poderão ser encontrados elementos probatórios escondidos, tais como, documentos, substâncias (medicamentos) e até armas de fogo”.

A magistrada pontuou também que a decisão é necessária para garantir o sucesso das investigações. “Considerando que o transcorrer do lapso temporal pode impedir uma investigação mais profunda e frutífera, entendo que a medida se mostra adequada para elucidar as circunstâncias fáticas e jurídicas que norteiam o presente caso”. Veja decisão. (Texto: Lilian Cury – Centro de Comunicação Social do TJGO)