Quatro sessões de julgamento realizadas pela banca número 1 do Mutirão do Júri, no Fórum de Anápolis, nos dias 18 e 19 deste mês, resultaram em duas absolvições e duas condenações. Uma delas, de Ademir de Sousa Reduzino, acusado de matar o próprio pai. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (25), pela coordenação do projeto. Os jurados absolveram Francisco de Assis Vieira Macedo Silva e Fernando Rodrigues dos Reis. Já Clayton Rodrigues de Oliveira, e Ademir, foram condenados pelo Conselho de Sentença.

 

Francisco de Assis era acusado de tentar matar Wanderley José Gonçalves com golpes de facão e cabos de aço, no dia 5 de julho de 1997, em Anápolis. Os jurados entenderam que Francisco era inimputável, ou seja, não tinha condições de entender o caráter ilícito da ação. O réu foi sujeito a internação em hospital psiquiátrico pelo período de um ano. O veredicto foi pronunciado pela juíza Lara Gonzaga de Siqueira. A sessão ocorreu na última segunda-feira (18).

No julgamento de Fernando Rodrigues, a defesa sustentou a tese de que o acusado agiu em legítima defesa e sob forte coação moral. A promotoria concordou com o argumento de que o réu teria sido coagido a matar Ariovaldo Alves da Silva, no dia 20 de julho de 2005, em Anápolis. A vítima foi baleada com tiros de revólver. Após pronunciamento das partes, o Conselho de Sentença decidiu absolver Fernando. O júri foi presidido por Lara Gonzaga, no dia 18.

Parricídio

Ademir de Souza, por sua vez, era acusado de matar o pai, Martins Reduzino Filho, no dia 16 de novembro de 2002, em Anápolis. Trata-se de parrícidio, homicídio cometido contra o próprio pai. Segundo os autos, após discutir com o filho, Martins foi alvejado por Ademir, que usou ainda um facão para golpear o pai. O advogado de defesa postulou que o réu agiu movido por forte emoção e, por isso, solicitou que o crime fosse desclassificado para homicídio privilegiado.

A parte disse também que Ademir matou para se defender de igual ameaça. Os jurados, entretanto, aceitaram o entendimento da promotoria, que solicitou condenação do acusado. Mediante o veredito, Lara Gonzaga sentenciou Ademir pelo crime de homicídio por motivo fútil. A pena foi fixada em 12 anos e 4 meses de prisão. O julgamento foi realizado na última terça-feira (19).

Ainda no dia 19, Clayton Rodrigues foi julgado pela acusação de tentativa de homicídio contra Dayana Alves de Brito. O crime ocorreu no dia 7 de dezembro de 2001, em Anápolis. De acordo com o processo, Clayton desferiu uma facada contra a vítima. Presidida por Lara Gonzaga, a sessão terminou com a condenação de Clayton.

Antes disso, a defesa tentou convencer os jurados de que o crime se tratava, na verdade, de lesão corporal, mas que, como alternativa, poderia ainda ser desclassificado como homicídio privilegiado. A justificativa seria forte emoção que, segundo o advogado, influenciou o réu a praticar o delito. O argumento, contudo, foi recusado pelo Conselho de Sentença. Ademir foi sentenciado a cumprir três anos e três meses de prisão, bem como a pagar R$ 2 mil a Dayana, a título de reparação material.

Texto: Allan David (estagiário)