Para o cantor sertanejo Geovanny Bernardes de Sousa, é estratégia da defesa denegrir a imagem de sua mãe, Eva Bernardes de Sousa, morta em fevereiro deste ano por Antônio Mário Silva Bastos (foto). Ele está sendo julgado neste momento pelo 1º Tribunal do Júri de Goiânia, sob a presidência do juiz Jesseir Coelho de Alcântara e afirmou que Eva, ou Débora, como era conhecida, fazia prostituição em Uberaba e era ninfomaníaca.

“Eu desconheço essas declarações. Ele está dizendo coisas que não condizem com os autos. Só espero que a justiça possa fazer transparecer a verdade”, afirmou Geovanny, o “Adriano” da dupla formada com André.

Ele chegou ao julgamento no momento em que Antônio Mário era ouvido pelos representantes do Ministério Público. Ao vê-lo no local, Antônio se dirigiu diretamente a ele dizendo que não era sua intenção atingir a imagem de sua mãe, mas que a verdade é que ela era prostituta e que sua tia, Esmeralda, que vive em Uberaba, era sua cafetina.

“Sua tia é uma megera. Ela me odiava porque eu gostei de sua mãe e ela de mim. Nós passávamos o dia inteiro no quarto fazendo sexo e isso impedia ela de ganhar dinheiro vendendo sua mãe”, disse.

Antônio admitiu ter matado Eva por ciúmes e alegou que foi tomado forças espirituais do mal. Ele contou que conheceu Eva em Uberaba, na rua em frente à casa de Esmeralda, onde ela morava a maior parte do tempo. Que ela o abordou e disse que cobrava 50 reais por programa, mas que negociaram e chegaram ao valor de 40 reais.

Relatou ainda que eles se gostaram e passaram a se ver com frequência e que veio atrás de Eva quando ela voltou para Goiânia. Segundo Antônio, ele saía do banheiro enrolado numa toalha quando Eva disse que um ex-namorado estava procurando por ela, o que despertou seu ciúmes. “Eu enrolei a toalha no pescoço dela. Fui tomado por uma coisa ruim. Mas, minha intenção não era ceifar a vida dela”, disse ele que, contudo, não soube explicar o fato de Eva ter sido encontrada com o rosto desfigurado e a mandíbula deslocada.

Ele preferiu manter silêncio quando questionado pela promotoria sobre os diversos processos que responde sobre assalto a mão armada e a outro homicídio no Pará, seu Estado de origem. Antônio Mário também negou ter roubado dinheiro e cartões da vítima. De acordo com os autos, Eva foi morta em 16 de fevereiro, no Setor Pedro Ludovico, na capital.


“Geovanny pensa em suicídio”, afirma ex-mulher

A ex-mulher de Geovanny, Luciene Olinda Neves, disse em seu depoimento que a morte de Eva abalou tanto o cantor que ele fala até em suicídio. Segundo ela, Geovanny (foto) está depressivo e sua carreira parada depois do assassinato de sua mãe.

No dia do crime, Luciene foi chamada pelos vizinhos, que estranharam a ausência de movimento na casa. Ela chegou ao local acompanhada da vizinha e amiga de Eva, Lucília Gomes Ramos. Elas encontraram Eva em sua cama, com o corpo completamente coberto. Ao lado havia um crachá com o nome de Antônio Mário. Que apesar de não haver no local qualquer indício de luta, o rosto de Eva estava desfigurado.

Quanto as afirmações da defesa sobre um processo em que Eva é apontada como uma das garotas de programa da boate Cafona em Goiânia, onde ela teria brigado com outra prostituta, Luciene disse que nunca ter ouvido falar nada a respeito. “Quando conheci minha ex-sogra ela era casada com um médico e depois disso nunca mais teve ninguém até conhecer Antônio Mário”, afirmou ela, que foi casada por mais de 12 anos com Geovanny e é separada do cantor a quase 14 anos. Eles têm três filhos e mantêm um bom relacionamento.
Já Lucília descreveu Antônio como um homem “ameaçador e violento”. Ela diz que se recusou a conhecê-lo pessoalmente, mas que ouviu conversas telefônicas entre ele e Eva, ocasiões em que ele chegou a ameaçá-la, caso ela não lhe fornecesse seu endereço em Goiânia.

“Ela veio para Goiânia porque não queria mais se relacionar com ele. Ela percebeu que ele era violento e agressivo. Uma vez ele a trancou no quarto por três dias, forçando relações sexuais”, disse ela, segundo quem a amiga passava muito tempo em Uberaba para cuidar da mãe doente. (Texto: Aline Leonardo - Centro de Comunicação Social do TJGO)