O juiz Jesseir Coelho de Alcântara, que preside o julgamento de Wilson Bicudo da Rocha, encerrou por volta das 11h30 os depoimentos de testemunhas. Ao ser inquirida, Rosa Moura Gonçalves, arrolada pela defesa, afirmou que Bicudo era excelente pessoa, preocupado com o filho. Sobre as investidas do acusado contra Mara Rúbia, disse que nunca percebeu nada, porque não via os hematomas. "Nunca vi marcas e, pra mim, só é agressão se tiver marcas", afirmou, arrancando gestos de indiganação do público que acompanha a sessão.

 

Antes dela, foi colhido o depoimento de Elisiene Santos Feitosa,  a vizinha que socorreu Mara Rúbia. Ela garantiu não ter amizade nem inimizade com vítima e acusado e que, no dia do fato, ouviu um barulho, um chamado. "Foi quando eu vi que era do barracão do lado. Não era alto, mas insistente. Então fui lá ver o que era". Ao chegar ao local, ela afirmou que avistou a vítima caída no chão. "Ela estava chorando sem parar, com os olhos sangrando muito, os braços e pescoço muito machucados", relatou. Elisiene afirmou que, na ocasião, Mara Rúbia quase não falava e repetia os mesmos pedidos. "Ela pedia, sem parar, para que não a deixássemos sozinha, que estava com medo de morrer e que não sentia a língua", relembrou.

Antes de Elisiene, logo após o depoimento de Mara Rúbia, foi ouvida a delegada Ana Elisa Gomes Martins, presidiu o inquérito que apurou os crimes. Ela afirmou estar convicta de que Bicudo não conseguiu matar a vítima "por razões alheias à sua vontade". A delegada explicou que, pelas condições em que a moça estava logo após as agressões - sangrando muito, desmaiada, quase sem respirar - Bicudo concluiu que havia, finalmente, conseguido tirar-lhe a vida. "Foi somente por isso que ele não foi além", garantiu. Ana Elisa lembrou, também, depoimento da vizinha, Elisiene, que socorreu Mara Rúbia. "Ela disse que, no dia, o pedido de socorro de Mara Rúbia não era um grito, era um miado, de tão baixinho e fraco". (Texto: Patrícia Papini Fotos: Hernany César - Centro de Comunicação Social do TJGO)

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