Cerca de 180 pessoas foram atendidas no fórum de Silvânia, nesta segunda-feira (10), durante a realização do Projeto Acelerar – Núcleo Previdenciário. Para os trabalhos, que seguem até amanhã (11), foram instaladas duas bancas no fórum, para a realização de 120 audiências, a maioria relacionada a pedidos de benefícios de aposentadoria por idade, pensão por morte e salário-maternidade, formulados por trabalhadores rurais.

A 90 quilômetros da capital, o município, que se situa na região denominada Estrada de Ferro, é localizado no sul do Estado. Tem mais de 20 mil habitantes, conforme dados do Censo de 2013 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além de Silvânia, a comarca conta com o distrito judiciário de Gameleira de Goiás.

Segundo a diretora do Foro local, juíza Nathalia Bueno Arantes da Costa (foto à esquerda), a população rural da região é grande, propiciando um elevado número de processos previdenciários relacionados ao trabalhador rural. “Essa população é mais carente e com menos acesso a informações. Por isso, o mutirão previdenciário é tão importante, uma vez que foca nessas pessoas que realmente precisam e muitas vezes não tem condições de buscar as informações para ter o seu direito atendido”, frisou.

De acordo com a magistrada, o Acelerar Previdenciário proporciona uma satisfação social muito grande. “Ele é tão completo que tem uma assessoria para a escrivania e, quando a equipe vai embora, todos os atos daquele processo foram cumpridos não ficando nada pendente na comarca. Com isso, o cidadão já sai com seu problema resolvido em um pequeno lapso temporal”, salientou Nathalia Bueno.
Benefícios concedidos

Aos 73 anos, Diomira Ana Bueno Silva (foto á direita) conseguiu a aposentadoria rural por idade. Como medo de perder a pensão por morte do marido, ela não quis pleitear na Justiça a própria aposentadoria. "O povo falava que eu tinha direito, mas ouvi dizer que a gente não podia receber duas vezes", disse, ao explicar o porquê da demora. Segundo ela, o dinheiro será muito útil, pois vai poder tratar melhor da saúde. A idosa mora com um casal de filhos na zona rural de Silvânia, porém faz planos de mudar para a cidade. "Lá na roça é muito difícil para mim, porque preciso tratar da saúde e para os meus filhos também. A menina cozinha para peão e o meu filho capina e cuida do pasto", relatou.
Planos também faz o João Batista Gomes (foto à esquerda), de 76 anos, com o benefício que receberá no prazo de 60 dias. Apesar da dificuldade de falar devido às doenças, ele garantiu que com dinheiro da pensão da mulher, que morreu há 11 anos, pagará o tratamento de saúde e remédios. “Ele tem enfisema pulmonar, problema no coração, na próstata, colesterol alto e diabetes”, acrescentou o Fábio Leopoldo Batista Gomes, filho mais novo.
"Só a gente sabe o quanto esse dinheiro vai ajudar. Ele não queria de jeito nenhum, mesmo sabendo que tinha direito. Dizia que não queria a pensão da minha mãe", revelou a outra filha, Maria Nazaré Gomes Fionari. "Mas agora deu certo e ele aceitou porque a gente não estava dando conta comprar nem os remédios dele", completou.
Campinorte 
Na semana passada, o Acelerar Previdenciário passou pela comarca de Campinorte, onde foram realizadas 103 audiências, resultando em um índice de 82,52% de sentenças proferidas e movimentando R$613.452,64. Além disso, durante um único dia passaram pelo fórum da cidade cerca de 300 pessoas.  

Veja galeria de fotos 

(Texto: Arianne Lopes / Fotos: Aline Caetano – Centro de Comunicação Social do TJGO)