A audiência preliminar criminal do processo que apura o envolvimento de Cairo Petrucci de Paiva na morte do garçom Edmar Cavalcante Rebelo Filho terá continuidade nesta sexta-feira (26), na 1ª Vara Criminal de Goiânia, sob a presidência do juiz Jesseir Coelho de Alcântara. Os trabalhos tiveram início no dia 28 de julho (foto) e foram suspensos devido à insistência do representante do Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), bem como dos advogados da assistência de acusação, em ouvir testemunhas arroladas e que não compareceram.

Na manhã de sexta-feira serão ouvidos Givago Santana Leal e Silva, testemunha arrolada pela acusação; Carlos Antônio de Oliveira e Gilser Chagas de Oliveira, da defesa. Cairo Petrucci prestará depoimento assim que todas as testemunhas forem ouvidas. Participarão da audiência o promotor Maurício Gonçalves de Camargos e os assistentes de acusação Ronaldo David Guimarães e Leonardo Menossi Hisbek, e pela defesa, o advogado Arthur Paulino de Oliveira.

Cairo Petrucci de Paiva, de 22 anos, foi denunciado pelo MPGO por homicídio com as qualificadoras de motivo fútil e emprego de recurso que impossibilitou a defesa da vítima. O crime ocorreu na madrugada de 19 de fevereiro deste ano, na Boate Pink Elephant Tour, na Rua 139, no Setor Marista.

Segundo a denúncia do MPGO, a vítima foi até a boate com o cunhado Jakson e o amigo Diayson Viana. O três chegaram ao estabelecimento aproximadamente à meia-noite. Por volta das 2h20, Cairo de Paiva e outros dois amigos tentaram entrar na casa, mas foram impedidos pelos seguranças, sob o argumento de que o expediente já estava terminando.

Cairo de Paiva e os amigos permaneceram na porta da boate. Antônio, Jakson e Diayson resolveram ir embora. Antônio e Diayson foram para a portaria, enquanto Jakson providenciava o pagamento da conta. A vítima e o amigo estavam com uma garrafa de cerveja cada e sentaram-se em uma mureta na varanda da boate. Neste momento, de acordo com a denúncia do MPGO, Cairo de Paiva e os dois amigos decidiram ir embora e, quando saiam, ele derrubou a garrafa da vítima intencionalmente. Teve início, então, uma rápida troca de palavras entre eles, mas sem que houvesse troca de agressões físicas. Segundo o órgão ministerial, o suspeito disse na delegacia, para onde foi levado depois de preso em cumprimento a mandado de prisão temporária, que após a discussão e ao chegar ao carro de um dos amigos, este o entregou uma pistola e instigou a atirar na vítima.

O juiz Jesseir Coelho de Alcântara, ao receber a denúncia contra Cairo Petrucci de Paiva, no dia 3 de maio, converteu a prisão temporária em preventiva. Ele acatou os argumentos do MPGO, de que o crime abalou a sociedade pela futilidade da motivação e a liberdade do suspeito representa sentimento de insegurança e descrédito. O magistrado determinou também à Delegacia de Investigação de Homicídios a realização de investigação complementar para apurar a participação de duas outras pessoas no homicídio. (Texto: João Carlos de Faria/Foto: Hernany César)