A primeira casa reformada pelo Programa Justiça Humanizada foi entregue na sexta-feira (17). O projeto, idealizado pela juíza Stefane Fiúza Cançado Machado, visa um Judiciário mais solidário com os problemas da sociedade e mais próximo da população. Edivina Tavares Lima, Rosivaldo dos Santos Oliveira e seus cinco filhos receberam a ampliação da casa, localizada no Setor Rosa dos Ventos. “Eram dois quartos, um para o casal e outro para os filhos. Agora, a casa passa a ter quatro quartos. Além disso, o piso e a instalação elétrica foram trocados”, disse a magistrada.

“Estamos felizes demais. Nunca imaginei uma juíza vindo aqui em casa e ajudando a gente. Antes todo mundo dormia amontoado”, relatou Edivina. Ela contou que já passou por muitas dificuldades e receber a obra é um presente. “Eu nunca deixei de acreditar que há pessoas boas no mundo. Eu até já passei fome, mas conseguimos superar. Só tenho a agradecer”, afirmou.

Desempregado, Rosivaldo ressaltou que não sabe como agradecer as pessoas envolvidas na obra. Ele disse ainda que ver os filhos contentes foi um estímulo para sempre lutar por algo melhor. “Os meninos choraram de felicidade ao verem as suas camas e seus quartinhos arrumados”, frisou.

Sobre a reforma
A obra durou quatro meses e foi realizada por voluntários. “Trabalhamos nos fins de semana, mas não tem preço ajudar o próximo”, afirmou o agente de proteção e voluntário Valdenio de Souza.

A reforma também contou com a ajuda do promotor de justiça Márcio do Nascimento. Ele foi o responsável pela parte elétrica da casa. “Se cada um puder contribuir um pouco, haverá um mundo melhor. Um pequeno gesto proporciona um grande resultado”, enfatizou.

Programa
O Justiça Humanizada foi idealizado pela juíza Stefane Fiúza Cançado Machado, há seis anos. Atualmente são cerca de 500 famílias cadastradas no Juizado da Infância e Juventude de Aparecida de Goiânia, onde é feita a triagem daqueles que mais necessitam.

“Nós que trabalhamos no Juizado percebemos que, na maioria dos casos, tanto nas famílias de jovens envolvidos em atos infracionais, quanto nas famílias que pretendem entregar seus filhos para adoção, um dos principais fatores que os atingem é a pobreza. Por isso, a importância da iniciativa”, observou.

De acordo com a magistrada, o projeto, além de ajudar famílias que vivem em condições de pobreza, pretende encaminhar os jovens ao mercado de trabalho, realizar parcerias com empresas que promovam cursos profissionalizantes, bem como melhorar o atendimento no juizado e nos demais departamentos dos fóruns.

“Cremos que as crianças e os jovens são o futuro da nossa sociedade e investindo em suas aprendizagens, dando-lhes apoio, ensinando-lhes o caminho que devem percorrer e ajudando-os a não desistirem diante das dificuldades, poderemos, juntos, construir um mundo melhor”, ressaltou. (Texto: Arianne Lopes / Fotos: Hernany Cesar – Centro de Comunicação Social do TJGO)

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