17-03--exposicao-caeFoi inaugurada, na quarta-feira (16), a exposição A Música do Barro e do Poeta, do artista Antônio Fernandes. As obras poderão ser vistas até o dia 7 de abril, no Espaço Cultural Goiandira do Couto, no Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO). Estão expostas 45 esculturas, todas feitas em argila e inspiradas na vida na roça.

Antônio Fernandes da Silva tem 83 anos e trabalha com argila há mais de 30. Começou a trabalhar com a pedra-sabão, inicialmente como hobby, movido pela curiosidade. Com o tempo, e em razão da dificuldade em encontrar a pedra-sabão, logo migrou para a argila, que é um material de acesso mais fácil. Quando iniciou seus trabalhos no barro percebeu uma facilidade maior e assim manteve a matéria-prima. De acordo com o próprio artista, seu trabalho é uma terapia. “A gente esquece que passou da hora de almoçar, das dívidas”, brinca Antônio.

Mineiro, oriundo de Patos de Minas, Antônio veio para Goiânia aos 28 anos. É autodidata e diz que suas peças são instintivas e não possuem projeto, dependem do dia e da inspiração. Cada peça leva apenas 24 horas para ser moldada, mas o tempo de fabricação é em torno de uma semana. O artista, além de fabricar esculturas em argila, é também poeta e até já tem um CD com inúmeras canções autorais. Recentemente lançou um livro intitulado O Livro do Analfabeto.

A abertura da mostra contou com a presença do assessor cultural do Tribunal, Gabriel Nascente, para quem a exposição traz a amplitude e variedade dos trabalhos expostos no Tribunal. “O TJGO ganha por trazer júbilo e alegria para o ambiente e o artista por ter um espaço para mostrar seu trabalho”, afirmou.

Por sua vez, o desembargador Itaney Francisco Campos, presidente da Comissão Cultural do TJGO, disse que a exposição é muito interessante. “Mostra uma arte popular. A maioria dos artistas não tem muita formação acadêmica, é algo natural. O aprimoramento vem da própria prática”, disse o desembargador.17-03--exposicao1-cae

Cultura popular

Ligado às artes, o desembargador Luiz Cláudio Veiga Braga classificou a exposição como excepcional. "Eu acho que é isso que o Tribunal deve fazer, abrir espaço para a cultura popular, permitir que o público tenha acesso a essas manifestações culturais”, elogiou.

Já a desembargadora Avelirdes Almeida Pinheiro Lemos ressaltou que a exposição traz leveza para o Tribunal. "Essas exposições são muito boas porque não ficamos apenas no campo jurídico, maneira a alma. Não precisamos sair para vê-las, elas vêm até nós”. Ela, que toca acordeão desde os 11 anos, mostrou seu talento na abertura (foto).

O espaço cultural do TJGO está localizado na Avenida Assis Chateaubriand, n° 195, Setor Oeste. (Texto: Diandra Fernandes – estagiária do Centro de Comunicação Social do TJGO/Fotos: Aline Caetano – Centro de Comunicação Social do TJGO)

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