O juiz Jesseir Coelho de Alcântara, da 1ª Vara Criminal de Goiânia, recebeu da Polícia Civil mais dois inquéritos que apuram o envolvimento do vigilante Tiago Henrique Gomes da Rocha (foto) em três homicídios. Um dos inquéritos trata dos assassinatos de Karine dos Santos Faria e Mateus Henrique Rodrigues de Morais, cujo processo tramitava no Juizado da Infância e Juventude de Goiânia e já havia apontado a autoria para um adolescente. No entanto, exame de microconfronto balístico comprovou que os projéteis do revólver utilizado para consumar as duas mortes saíram da arma apreendida com o suspeito de ser serial killer.

O magistrado, ao receber o procedimento anteriormente, determinou a abertura de vista da documentação aos representantes do Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), que pugnaram pela abertura de um novo inquérito policial pela Delegacia de Investigação de Homicídios (DIH). Foram juntados novos documentos aos autos, que retornaram à 1ª Vara Criminal de Goiânia. Jesseir de Alcântara mandou distribuir o inquérito e vai abrir nova vista ao MPGO. Karine Faria e Mateus Morais foram assassinados por volta das 20 horas do dia 27 de julho de 2014, em uma lanchonete na Avenida Anhanguera com a Rua 208, no Setor Leste Universitário.

O outro inquérito entregue na 1ª Vara Criminal de Goiânia é relacionado ao desaparecimento de Diego Martins Mendes, de 15 anos. O adolescente sumiu no dia 9 de novembro de 2011. Ele foi visto vivo pela última vez no Terminal da Praça da Bíblia, depois de ter se matriculado no Colégio Militar Hugo de Carvalho Ramos. O processo estava em tramitação na 7ª Vara Criminal de Goiânia.

Logo depois de ser preso pela força-tarefa criada pela Polícia Civil, Tiago Henrique confessou que havia matado o rapaz. Segundo ele, no dia do crime, se aproximou do adolescente e perguntou as horas e os dois começaram a conversar, quando combinaram de ir até um matagal no Setor Negrão de Lima para manterem relações sexuais. 

O vigilante confessou à Polícia Civil que matou o adolescente enforcado e abandonou o corpo no local, sem enterrá-lo, porque o matagal era denso. Na confissão, ele se prontificou a ir até o terreno onde ocorreu o crime. O assassinato foi contado com detalhes e o vigilante fez a descrição física do jovem, até mesmo as roupas que vestia. Como o processo tramitou inicialmente na 7ª Vara Criminal de Goiânia, Jesseir de Alcântara, mediante a prevenção firmada anteriormente por aquele juízo, encaminhou os autos de inquérito para aquela unidade. (Texto: João Carlos de Faria/Foto: Wagner Soares - Centro de Comunicação Social)