O juiz Jesseir Coelho de Alcântara, da 3ª Vara dos Crimes Dolosos Contra a Vida da comarca de Goiânia, presidirá, nesta terça-feira (14), o júri popular do agente da Polícia Civil Aluísio Araújo de Paula Frazão, 54 anos, acusado de matar a sua mulher Renata Georgiane Souza Leite, 32 anos. A sessão terá início às 08h30, no auditório do Fórum Cível Heitor Moraes Fleury, no Park Lozandes, em Goiânia.

Recentemente, Jesseir Coelho tinha decretado a prisão preventiva do policial, uma vez que ficou demonstrado o interesse do réu em furtar-se de comparecer ao júri, depois de todas as intimações e contatos com a Corregedoria da Polícia Civil para que ele fosse alertado da data de sessão de julgamento e para que não constituísse advogado às vésperas do júri, o que de fato aconteceu. Aluísio alegou doença e a constituição  recente de defensor. 

De acordo com o mandato de prisão preventiva, o policial civil fez juntada de atestado médico alegando a impossibilidade de cumprir suas funções por três dias a partir do dia 13 de março. Ainda segundo o documento, essas juntadas sempre ocorreram por atestado médico em situações anteriores e da mesma forma. O policial foi preso no dia 19 de março, em um hotel, no município de Caldas Novas

Consta dos autos que o advogado anteriormente constituído pelo réu renunciou ao mandato no dia 30 de agosto do ano passado, motivo pelo qual o juízo determinou a nomeação de outro defensor em três dias ou que fosse manifestado o interesse em outro defensor. Aloísio foi informado no dia 1º de outubro de 2018 mas, como permaneceu inerte, o juiz mandou nomear outro advogado e remarcou para 14 de março a sessão do júri, que deveria ter sido realizada no dia 10 de dezembro de 2018.

O crime
O crime aconteceu no dia 5 de maio de 2013, por volta das 20 horas, na residência do casal, localizada no setor Parque Amazonas. Aluísio e Renata, após ingerirem bebidas alcoólicas em um bar da capital, retornaram ao apartamento onde moravam e passaram a discutir acerca da separação e o fim do relacionamento entre ambos, que culminou em briga. No momento, Aluísio se apossou da arma de fogo e efetuou um disparo contra Renata, que morreu no local. Após o crime, Aluísio fugiu do local.

Segundo a denúncia, o casal vivia um relacionamento amoroso há mais de um ano, mas bastante conturbado, passando por várias separações e reconciliações até o casamento.

O réu é acusado de homicídio com a qualificadora de motivo fútil (artigo 121, parágrafo 2º, inciso 2, do Código Penal). Como o crime ocorreu antes da lei do feminicídio, não será julgado como tal. (Texto: estagiária Thielly Bueno/Centro de Comunicação Social)