A entrega da prestação jurisdicional ajuda a mudar a vida dos cidadãos. “Vou poder comprar meus remédios e dar uma vida mais digna para minha família. Nunca passei por uma dificuldade dessa”, afirmou o pedreiro Joel Carlos Ribeiro, de 38 anos, que conseguiu o auxílio-doença urbano durante o Programa Acelerar – Núcleo Previdenciário, realizado na comarca de São Simão, nesta segunda-feira (27). Além de São Simão, durante a semana, o esforço concentrado passará por Cachoeira Alta, Paranaiguara e Maurilândia.

Há cinco anos Joel Ribeiro não conseguiu mais trabalhar devido a uma forte dor na coluna. “Você se sente um nada. Tinha dia que era tão forte que eu não dava conta de me levantar da cama”, contou. O pedreiro disse que começou o tratamento em São Simão e agora continua em Quirinópolis. “Em Goiânia fica muito difícil, mas agora com esse dinheiro eu vou poder fazer um tratamento melhor. Está impossível viver com essa dor na coluna”, frisou, ao falar que passou por uma cirurgia há cinco meses.

Também em audiência realizada pelo juiz Rodrigo de Melo Brustolin, o catador de papel Pedro José da Silva, de 61 anos, teve direito ao benefício da aposentadoria por invalidez urbana. Ele contou que em 2013 se mudou para a cidade e começou a trabalhar. “Eu fiz de tudo, capinei lote, fiquei vigiando um lote e já catei papel na rua”, falou.

Pedro trabalhou na roça a maior parte de sua vida, mas veio morar na cidade com os irmãos para não ficar sozinho. “Com esses problemas de saúde eu não podia ficar tão longe e morando só. Além da coluna, eu sinto dor nos pés e tenho problema no coração. Não dou mais conta de trabalhar e estou ficando a maior parte do meu tempo em hospital”, ressaltou.

Além no benefício previdenciário, Pedro Silva receberá o valor de R$ 20.940,00 atrasados. “Com esse dinheiro vou poder reformar a casa em que vivo com mais dois irmãos e comprar os remédios que o médico pede e viver sem dor”, salientou. A felicidade não foi só de Pedro. "Nós sabemos da luta dele, trabalhou a vida toda na roça e sofreu muito nessa vida. Ele merece a vitória", relatou Aparecido Francisco, amigo que o acompanhou até o fórum.

Entre as pessoas que passaram pelo Fórum de São Simão, estava Maria da Paz Leite da Silva, de 56 anos. A lavradora foi aposentada por idade. O acordo foi homologado pelo juiz Reinaldo de Oliveira Dutra, que considerou que ela atendeu todos os requisitos para a concessão do benefício.

Parece que estou sonhando. Deus e vocês são maravilhosos”, disse, emocionada. Maria mora sozinha, os três filhos foram viver na capital e o marido a abandonou há 20 anos. “Os meninos me ajudam, mas está difícil para eles. Agora, se Deus quiser, não vou depender deles e vou poder comprar minhas coisas”, desabafou.

São Simão
O início do povoamento de São Simão ocorreu em 1930. Em 1957 foi elevado à condição de distrito de Paranaiguara e, em 1958, à categoria de município. Localizado às margens do Rio Paranaíba, divisa de Goiás com Minas Gerais, São Simão foi construída após a inundação da cidade velha pelo lago da Hidrelétrica das Centrais Elétricas de Minas Gerais (Cemig).

Possui infraestrutura turística, sendo bastante frequentada nos fins de semana e feriados. A cidade conta com um aeroporto, quatro pequenos portos em operação, um distrito agro-industrial. É o portal para o Mercosul, ligando o Brasil aos demais países do continente, pela hidrovia Paranaíba-Tietê. Seu nome é em homenagem ao seu padroeiro. Sua população é de aproximadamente 17 mil habitantes.

As bancas no Acelerar Previdenciário em São Simão são presididas pelos juízes Reinaldo de Oliveira Dutra, Rodrigo de Melo Brustolin, Thiago Soares Castelliano Lucena de Castro e Maria Clara Merheb Gonçalves Andrade. (Texto: Arianne Lopes / Fotos: Aline Caetano – Centro de Comunicação Social do TJGO) 

Veja a galeria de fotos: