Como parte das ações da campanha Setembro Amarelo, o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), em parceria com a Escola Judicial do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (Ejug) promoveu, nesta terça-feira (14), uma mesa redonda com o tema: Identificação e Abordagem do Comportamento Suicida. A programação foi elaborada pelo Centro de Comunicação Social (CCS) do TJGO, em parceria com a Diretoria de Recursos Humanos e Centro de Saúde.

O objetivo do evento é que o participante seja capaz de refletir a respeito da importância do tema com disseminação de informações e dicas para conscientizar as pessoas sobre como agir e lidar com o assunto. A prevenção do suicídio requer o esforço de todos e estratégias interativas que englobem o trabalho em nível individual, de sistemas e da comunidade.

A mesa redonda contou com a participação do psiquiatra Thiago Cezar; da psicóloga Janice Gomes Lopes, e teve, como mediadora, a servidora, Patrícia Magalhães. Também teve a participação especial do Centro de Valorização da Vida (CVV).

Na live, foi abordado o que pode ser feito no combate ao suicídio como, por exemplo, limitar o acesso a mecanismos que podem ser usados na prática do suicídio; relato responsável dos meios de comunicações ao tratarem desta questão; serviços de apoio para adolescentes; identificação precoce, gestão e acompanhamento de pessoas que tenham pensamento ou comportamentos suicidas; formação e treinamento de profissionais da saúde e trabalhadores de serviços de emergência para a identificação das pessoas com essas condições. 

Os debatedores discutiram ainda como alguém agir ao se deparar com pessoas que possuem esse comportamento: escutar atentamente o que a pessoa tem a dizer, legitimando sua dor e não a menosprezando; encorajando as pessoas a se abrirem quanto aos seus problemas e sentimentos; reconhecer o suicida como uma escolha, mas não aceite como uma escolha normal e positiva; tomar decisões eficazes para gestão de crise; entre outras.

Para o psiquiatra Thiago Cezar, pedir ajuda é uma ferramenta fundamental. “Nesse momento de pandemia, é importante a gente tentar manter a rotina mais próxima do que ela sempre foi, fazendo atividades de rotina mais saudável e, se a pessoa não conseguir, é preciso pedir ajuda. A gente não é obrigado a conseguir tudo”, frisou.  

“É possível tem uma melhora na saúde mental a partir do exercício da resiliência. Porque a pessoa, trabalhando a resiliência, se sente mais forte, apta a lidar com as frustrações do dia a dia”, salientou a psicóloga Janice Gomes. 

Dados

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o suicídio é a segunda causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos no mundo e a maioria dos casos poderia ser evitada se as razões do pensamento suicida fossem identificadas e, naturalmente, estabelecidas medidas que contribuíssem para reduzir o impacto do problema. 

A maioria dos suicídios está relacionada com transtornos mentais, que registram cerca de 96,8% dos casos, dentre eles podemos citar a depressão, transtorno bipolar e abuso de substâncias.

De 2000 a 2019, a taxa global caiu 36%, diminuições variando de 17% na região do Mediterrâneo Oriental e 47% na região europeia no Pacífico Ocidental. Contudo, aumentou 17% nas Américas no mesmo período.

Ainda de acordo com os dados, 90% dos suicídios podem ser evitados. Mas diversos fatores podem impedir a sua prevenção: o estigma de fraco/pecador e o tabu de que falar sobre o assunto estimula e/ou se não falar no assunto ele deixa de existir.

No Brasil, cerca de 12 mil pessoas tiram a própria vida por ano. No mundo, são mais de 700 mil suicídios anuais. A campanha Setembro Amarelo é uma iniciativa  brasileira de prevenção ao suicídio, iniciada em 2015. O mês de setembro foi escolhido para a campanha porque, desde 2003, o dia 10 de setembro é o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.  (Texto: Arianne Lopes / Fotos: Acaray Martins – Centro de Comunicação Social do TJGO)

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