Acusado de matar o morador de rua Eduardo Alves Gouvea, no dia 12 de agosto de 2012, no Setor Progresso, Ronailson Santos Costa afirmou que só confessou o crime sob tortura dos policiais, embora não saiba precisar o nome de quem o obrigou a falar. Ele foi interrogado pelo juiz Jesseir Coelho de Alcântara, que realizou, nesta quarta-feira (24), a oitiva de três testemunhas do caso.

Ronailson contou ao juiz que chegou com medo à delegacia e assinou os papeis de confissão, após receber tapas e socos dos policiais. Ele disse ainda que não conhecia a vítima, nem sabe quem a matou, pois, no dia do assassinato, ele se encontrava internado em uma clínica de recuperação na capital.

Diante desta informação, o magistrado encaminhou um ofício para a clínica que Ronilson teria sido internado para confirmar sua versão, o que levará em torno de dez dias. Após isso, defesa e acusação terão cinco dias para se manifestarem.

Outro depoimento importante foi o da mãe de Eduardo, segundo quem o filho não era morador de rua, mas ficava nesta situação apenas quando se drogava. Diante dessas informações, Jesseir concluiu que a morte de Eduardo não pertence à estatística dos 30 moradores de rua em Goiânia nos últimos oito meses. Segundo ele, essa é, ao contrário, a condição de Ronailson Santos Costa, esse, sim, morador de rua.

Para o magistrado, os assassinatos de moradores de rua da capital não estão ligados a grupo de extermínio. “Eles são caracterizados pelo mesmo modus operandi e, dentre os seis casos que eu tenho em mãos,  percebe-se homicídios por faca, revólver, pedrada, paulada. Que grupo de extermínio é esse?”, questionou. No entanto, Jesseir alerta que todos os casos estão relacionados a acerto de contas por uso de drogas. 

Com a oitiva dessas testemunhas e o interrogatório de Ronaílson, encerra-se a fase de colheita de provas. (Texto: Jovana Colombo – estagiária do Centro de Comunicação Social do TJGO)