O administrador de empresas Hélio Ferreira da Silva Júnior confessou ao juiz Jesseir Coelho de Alcântara, da 1ª Vara Criminal de Goiânia, que estava embriagado no momento em que atropelou e matou a balconista Jéssica Correia de Queiroz. O acidente fatal ocorreu por volta das 21 horas do dia 16 de abril deste ano, na Avenida 85, no Setor Marista. No entanto, ele negou que estivesse em alta velocidade, informação que contradiz o laudo da Polícia Técnico-Científica, que constatou velocidade de aproximadamente 120 quilômetros por hora (km/h).


Hélio Júnior contou que, no dia do acidente, chegou a um restaurante no Setor Bueno por volta das 14 horas para almoçar com amigos. Ele disse que bebeu cerveja até por volta das 20h30, quando resolveu ir para casa. Relatou que mora no Setor Coimbra e teria como trajeto as Avenidas 85 e Mutirão. Afirmou que não viu a motocicleta de Jéssica de Queiroz e que o acidente ocorreu ao tentar desviar de um carro que freou na sua frente.

Ao juiz Jesseir de Alcântara ele disse que, após o acidente, ficou parado dentro de veículo, até ser socorrido e levado para o Hospital Jardim América, onde foi preso em flagrante. Relatou que só ficou sabendo da morte da vítima quando era atendido no hospital e que ficou muito abalado. “Eu não sai de casa com a intenção de cometer uma barbaridade dessas”, afirmou. Lembrou ainda que já foi multado algumas vezes por excesso de velocidade e que havia se envolvido apenas em acidentes sem gravidade. 

Também prestaram depoimento nesta segunda-feira o casal Paulo Victor Alvarenga Tavares e Isabel Cristina. Eles estavam em um Kia Picanto, parado no semáforo, na Avenida 85, quando o carro deles foi abalroado pelo HB 20 dirigido por Hélio Júnior. Os dois relataram que não ouviram barulho de frenagem e que ficaram preocupados com a filha, que estava no banco de trás.Paulo Víctor afirmou que deu para perceber que o veículo de Hélio Júnior estava em alta velocidade.

Isabel Cristina contou que depois de certificar-se de que a filha estava ilesa, desceu para ver o que tinha ocorrido. “Até então, eu não tinha noção da gravidade do acidente”, disse ela. Assim que chegou perto do carro de Hélio Júnior, percebeu que ele apresentava sinais de embriaguez, tendo ficado sabendo, posteriormente, pela polícia, sobre o teor alcoólico verificado no teste realizado com etilômetro.

A testemunha Isadora Macedo de Assunção contou que estava com duas amigas se dirigindo a uma pizzaria. Ao atravessarem a Avenida 85, o carro que ocupavam foi atingido pela motocicleta de Jéssica de Queiroz. Ela relatou que viu a moto sendo arrastada. Ao verificar a gravidade do acidente, ligou para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e para o Corpo de Bombeiros, pedindo socorro. Disse também que algumas pessoas queriam agredir o condutor do HB 20. “Ele não tinha condição de falar, de tão embriagado que estava”, contou. Ela também confirmou que o motorista dirigia em alta velocidade e que o semáforo estava fechado para quem trafegava pela Avenida 85.
A policial civil Mônica Silvana Rodrigues Souza contou que fez a prisão em flagrante de Hélio Júnior no Hospital Jardim América, após a realização de teste com aparelho etilômetro, em que foi constatado teor alcoólico de 1,4 miligrama de álcool por litro de ar. “O teor alcoólico era tão alto, que ele não conseguiu nem falar direito. Apenas perguntou pela vítima e, ao saber que ela tinha morrido, virou a cabeça para o lado e ficou calado”, afirmou. A policial explicou que o teste foi realizado na presença de familiares do administrador de empresas.

Ouvida na condição de informante, a mulher de Hélio Júnior, Vanessa Batista Alencar falou das qualidade do marido e do sentimento de tristeza que os acontecimentos trouxeram a sua residência. Falou que os filhos sentem falta do pai. Relatou também que o marido está muito abalado emocionalmente e arrependido. (Texto: João Carlos de Faria/Fotos: Hernany César – Centro de Comunicação Social)

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