O atendente de lanchonete Marlon Ferreira Lisboa, de 23 anos, foi condenado a 57 anos de reclusão pelo homicídio de quatro pessoas, sendo duas crianças, ocorrido em 23 de agosto de 2013, na Cidade Ocidental. A sentença foi proferida pela juíza da Vara Criminal da comarca, Simone Pedra Reis, após submissão do réu a júri popular nesta quarta-feira (15).
Segundo a denúncia formulada pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), Marlon estava bebendo na casa da ex-cunhada, Janaína Guedes, quando se desentendeu com a moça e lhe desferiu facadas no pescoço. A vítima agonizou por cerca de 15 minutos, mas acabou morrendo devido ao sangramento intenso.
Por causa da briga, os filhos de Janaína – as crianças João Pedro e Maria Clara, de 3 e de 2 anos de idade, respectivamente – que estavam dormindo no cômodo ao lado, acordaram e, ao verem a cena, começaram a chorar. A peça de acusação narra que Marlon, irritado com os gritos dos meninos, resolveu matá-los, também com golpes de faca.
Quando o marido de Janaína, o mototaxista João Alexandre, chegou em casa, também foi morto pelo atendente. Marlon teria lhe preparado uma emboscada: a vítima foi golpeada por trás, com um pedaço de madeira na cabeça, e, em seguida, também recebeu facadas no pescoço, morrendo imediatamente.
Em seguida, o atendente de lanchonete teria pegado os documentos pessoais da família e, ainda, o colete e o veículo de trabalho de João Alexandre para fugir da cidade. Ele foi localizado e preso, dias depois, na cidade de Ceilândia (DF).
Na sentença, a magistrada (foto à direita) que presidiu a sessão de julgamento considerou que as “consequências do crime são desfavoráveis ao acusado, ante a perda repentina de quatro vidas de uma mesma família, o que causou imediato abalo familiar e evidente repulsa social, gerada pela total reprovação do agir”. A conduta de Marlon foi qualificada com motivo torpe e recurso que impossibilitou defesa das vítimas, este último em relação ao marido e aos filhos de Janaína. Veja sentença. (Texto: Lilian Cury – Centro de Comunicação Social do TJGO)