A audiência preliminar criminal da ação que apura o envolvimento de Ana Cristina Brasil da Silva e João Marcos Brasil da Silva no homicídio de Jucimar dos Santos Bezerra teve continuidade nesta quinta-feira (1º), na 1ª Vara Criminal de Goiânia. João Marcos permaneceu em silêncio, não respondendo a nenhuma pergunta. Ana Cristina negou que tenha mandado matar o marido por causa de um seguro de vida. Eles foram denunciados pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) pela morte de Jucimar Bezerra, ocorrida por volta das 19 horas de 6 de agosto de 2015, na Rua Gyn 20, Condomínio Mansões Eldorado. Os dois estão presos na Casa de Prisão Provisória.

Segundo a denúncia do MPGO, João Marcos matou Jucimar Bezerra mediante promessa de recompensa e com uso de recurso que dificultou a defesa da vítima. Já Ana Cristina foi denunciada por ser a mandante do homicídio, por motivo torpe, para apoderar-se do seguro de vida do marido.

No dia do crime, de acordo com a denúncia do MPGO, João Marcos foi até a casa da vítima em uma motocicleta e a convidou para acompanhá-lo. Em uma rua sem iluminação, ele alegou que teria acabado o combustível do veículo e pediu para que Jucimar Bezerra o empurrasse, momento em que sacou a arma de fogo e atirou nas costas dele. Ao ser socorrido e levado para um hospital, Jucimar Bezerra denunciou João Marcos.

Na audiência desta quinta-feira, conduzida pelo juiz Jesseir Coelho de Alcântara, Ana Cristina negou reiteradas vezes que tenha mandado matar o marido, limitando-se a dizer que só escutou um barulho de moto saindo e que depois a polícia chegou dizendo que tinha acontecido um acidente com a vítima e que ela tinha sido baleada.

Quanto ao seguro de vida, Ana Cristina contou que seu marido havia comentado uma vez que havia feito em nome de seus pais – tão logo entrou na empresa de laticínio que trabalhava antes de se casarem, não dizendo o valor. Ressaltou que, depois de sua morte, a empresa a chamou para pagar os direitos trabalhistas, quando recebeu uma quantia pouco mais de R$ 2 mil.

Ana Cristina disse ao magistrado que achou muito pouco o acerto e que, um dia, andando pela Avenida Goiás, Setor Central, entrou num escritório de advocacia e, ao conversar com um advogado, assinou um papel sem ler. Ele lhe disse que era para verificar os crébitos trabalhistas e a existência de um seguro de vida de seu marido. Afirmou ainda, que o advogado negou posteriormente a existência do seguro.

A testemunha Fernanda Júlia Gomes da Silva, cunhada da vítima, arrolada em comum pelo MPGO e pela defesa dos acusados, foi dispensada porque não foi encontrada pela segunda vez.

O juiz Jesseir Coelho de Alcântara adiantou que o MPGO e a defesa vão apresentar os memoriais com as alegações finais por escrito e, em seguida, decidirá se os dois indiciados irão à júri popular. Participaram da audiência o promotor Cyro Terra Peres e advogada de defesa Andréia Sartório Messara.

Na primeira audiência preliminar deste caso, em 19 de agosto, os policiais militares (PM) Edson Rodrigues dos Santos e João José de Freitas confirmaram que estiveram no local do fato e houve na ocasião a informação de que João Marcos havia matado a vítima.

Os três familiares que foram ouvidos – os pais do acusado, Nédio Brasil da Silva e Rosimeire Barbosa da Silva, e o irmão Wellington Brasil Silva –, todos na condição de informantes, disseram que nada sabiam a respeito do crime. Indagados várias vezes sobre o fato noticiado, se teria sido motivado por causa do seguro de vida, afirmaram desconhecer por completo esta informação. (Texto: Lílian de França /Foto: Hernany César – Centro de Comunicação Social)

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