Foi às 00h22, desta quarta-feira (8) que começou o interrogatório dos réus Frederico da Rocha Talone e Alessandri da Rocha Almeida, acusados de matar a empresária Martha Maria Cozac e o sobrinho dela, Frederico Talone, de 10 anos. Eles foram ouvidos após mais de 15 horas de depoimentos de testemunhas e informantes. O primeiro interrogado foi Frederico, que afirmou ao juiz que conhecia as vítimas e algumas testemunhas que prestaram depoimento hoje. O juiz que preside o júri, Eduardo Pio Mascarenhas, suspendeu os trabalhos por volta das 3 horas e retornará às 9 horas, desta quarta-feira.

Segundo Frederico Talone, Martha Cozac foi até a casa dele e o convidou para trabalhar com ela. “Minha tia (Martha) foi lá em casa e me convidou para eu trabalhar com ela. Ela disse que estava sendo roubada e precisava de alguém de confiança para estar com ela”, relatou. Ele reiterou que trabalhou com ela exatos 27 dias e durante esse período tiveram  uma “relação maravilhosa”.

“É possível que eles (Alonso e Valéria - pais de Henrique) querem responsabilizar um inocente porque tudo o que eles falaram aqui não é verdade. Eu não sou usuário de drogas”, disse. Ao ser questionado pela defesa sobre seus estudos ele emocionou e disse que teve de parar a faculdade porque foi apontado como assassino. Ao ser questionado sobre o que quer deixar para os filhos ele foi enfático ao dizer: “Honestidade, integridade e respeito”.

Após cerca de uma hora do interrogatório de Frederico, foi a vez do acusado Alessandri da Rocha Almeida ser interrogado e  falou até as 3 horas. Antes de dar detalhes dos fatos, o réu garantiu que é inocente. Disse que desde que entrou na Policia Militar, a única vez que foi envolvido com processo na Justiça, foi pela operação Sexto Mandamento, que inclusive foi por causa desse processo da morte da Martha Cozac, mas, segundo ele, foi absolvido nessa ação penal. Ele afirmou que não conhecia a vítima. “Se eu tiver visto a Martha uma vez na vida é muito”, reforçou. E que no dia do crime não estava em Goiânia.

Nas quase 20 horas foram ouvidas sete testemunhas e três informantes arrolados pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) e 9 testemunhas de defesa. O juiz Eduardo Pio Mascarenhas da Silva, responsável pelo júri, interrompeu a fala de um dos advogados para pedir ordem no plenário quando houve manifestação dos familiares das vítimas e dos réus durante os depoimentos.

Os ânimos voltaram a se exaltar, por volta da meia-noite, enquanto Comary Ferreira da Cunha, última testemunha prestava depoimento. Ela disse que procurou o advogado Thales Jayme, por e-mail, dizendo que ficou sabendo pela imprensa sobre o julgamento e gostaria de depor. Ela era vizinha da Martha e disse que a casa dela foi roubada.

“Você veio aqui com a intenção de ajudar alguém que seria injustamente condenado?”, questionou o MPGO. Ela afirmou que  “Sim”. No decorrer do depoimento, o MPGO insistiu em quesitar o crime de falso testemunho contra essa Comary, em virtude das diversas contradições que ela entrou. O magistrado apreciará o pedido. (Texto: Arianne Lopes – Fotos: Aline Caetano e Hernany César – Centro de Comunicação Social do TJGO)

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