Foi por volta das 15 horas que terminou a participação da defesa na fase de debates da sessão do 1º Tribunal do Júri de Goiânia, que julga Frederico Talone e Alessandri da Rocha, acusados pelos homicídios de Martha Maria Cozac e o sobrinho dela, de 10 anos, Henrique Talone. Os defensores usaram o tempo máximo permitido por lei, 2h30. O MPGO não teve interesse na réplica e a expectativa é que o veredicto seja dado por volta das 16 horas.

Paulo Teles iniciou os debates e insistiu na tese de negativa de autoria. Segundo ele, o guarda noturno não poderia conseguir identificar essas pessoas que supostamente teriam cometido o crime. Ainda de acordo com o defensor,  na cena do crime foi encontrado um tíquete de uma lanchonete emitido às 18h30 no dia dos fatos. Ele afirmou que Frederico estava em São Luís de Montes Belos e Alessandri não se encontrava em Goiânia. “Quem teria cometido o crime se nenhum dos dois estaria em Goiânia?”, questionou aos jurados. E, em seguida respondeu: “Não cometeram o crime”.

Sobre o exame de DNA requisitado pela defesa e que foi negado pelo justiça, Paulo Teles garantiu que houve um erro. “O exame deveria ter sido feito não apenas para se descobrir os culpados, mas pelo menos para excluir os inocentes”, disse. Ele entregou aos jurados cópia do retrato falado que foi feito na época das investigações. “Esse é o Rex que já morreu”.

O advogado Ricardo Naves falou sobre a manipulação de provas e a conduta do delegado de polícia que conduziu o inquérito. Segundo ele, houve um duplo latrocínio e nãom duplo homicídio, lembrou que outros suspeitos apontados inicialmente não foram investigados pela Polícia Civil. Alegou contradições do inquérito policial e elaboração de relatório policial com vícios, que criou uma falsa esperança na família das vítimas, além de um grande embaraço para os acusados. Lembrou também que a defesa se desdobrou para apagar toda a campanha sórdida que foi feita contra os dois acusados.

O advogado Thales Jayme falou sobre a dificuldade de desmontar toda uma engrenagem montada durante 20 anos para incriminar os dois acusados, baseada no ódio e em intrigas. Argumentou que a acusação foi montada de forma “venenosa” e que não foi dada a eles o sentimento de indignação de terem sofrido uma “acusação tão impiedosa”, que desmoralizou a sua dignidade. Questionou a existência de provas concretas de que os dois acusados foram mesmo os autores do duplo homicídio, bem como a motivação para o cometimento dos crimes. Conclamou o corpo de jurados a usarem a consciência na hora de julgar os dois réus. (Texto: Arianne Lopes / Fotos: Aline Caetano e Hernany César - Centro de Comunicação Social do TJGO)

Veja a galeria de fotos

  •    

    Ouvir notícia: