Personagens mitológicos, elementos bíblicos e realidades distópicas convergem no universo surrealista do artista plástico Malaquias Belo. As obras podem ser conferidas a partir desta quarta-feira (29), no Espaço Cultural Goiandira do Couto. A exposição marca a retomada da agenda artística do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, suspensa com a pandemia de Covid-19.

Batizada de O Ciclo Edênico, a exposição traz uma viagem ao Jardim do Éden de Malaquias, numa realidade na qual Eva seria a filha primogênita do criador. Para retratar o primeiro homem, o artista mistura figuras fálicas e traços que remetem à cultura dos nossos ancestrais brasileiros, os índios carajás.

A arte contemporânea, como lembra o artista, também é espaço para manifesto. Telas pintadas em 2015 – também expostas no espaço – apontam outro momento de inspiração de Malaquias, a ecologia. Os quadros mostram elementos típicos do cerrado, como os ovos da ave Quero-Quero, que simbolizam a vida.

Essa vastidão de símbolos nacionais não é forçada, muito menos aleatória, como explica Malaquias, que tem uma forte perspectiva decolonial das artes. “Quando se pensa em surrealismo, todos pensam em Dali ou Magritte. Mas minha intenção, é, justamente, me afastar do séquito dos mestres europeus”.

Abertura

No vernissage, integrante da Comissão de Memória e Cultura do TJGO, desembargador Luiz Cláudio Veiga agradeceu a presença de todas e todos e citou o filósofo alemão Nietzsche: “precisamos de arte para não morrer da verdade”. Em alusão ao sobrenome do artista, Malaquias Belo, o desembargador falou que “o belo contribui para propiciar sensibilidade à vida”.

Homenagem

Luiz Cláudio Veiga Braga ainda lembrou a aposentadoria voluntária de outro membro da comissão, o desembargador Norival Santomé, publicada nesta quarta-feira (29), a quem reconheceu como “significativa e engrandecedora participação” ao grupo.

O assessor cultural do TJGO, o poeta Gabriel Nascente, por sua vez, destacou o trabalho do artista exposto, como um dos maiores e mais expressivos de Goiás, “quem o TJGO tem a honra de receber e oferecer as obras para visitação e apreciação do público”.

 

O artista

Malaquias Belo nasceu em 1957, em Tupaciguara, Minas Gerais, mas há décadas adotou Goiás como seu lar. Desde criança se dedica à pintura, antes imitando imagens de santos. Sua primeira exposição foi em 1978.

O artista é também músico e luthier e, na exposição, é possível conferir rabecas artesanais com sua assinatura. Todas as obras estão à venda. A visitação é gratuita, no horário de expediente do TJGO, de segunda a sexta-feira, do meio-dia às 19 horas. O espaço Goiandira do Couto fica no térreo do Palácio da Justiça Desembargador Clenon de Barros Loyola, sede do TJGO, situado na Av. Assis Chateaubriand, nº 195, Setor Oeste, Goiânia.

(Texto: Lilian Cury / Fotos: Wagner Soares - Centro de Comunicação Social do TJGO )

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