Mariana Pereira de Oliveira, de 59 anos, mostra com orgulho a carteira profissional de pescadora artesanal. Ela é uma entre vários moradores da região e que vivem da atividade para sobreviver. Dona Mariana conseguiu o benefício da aposentadoria durante a realização do Projeto Acelerar/Mutirão Previdenciário na comarca de Aragarças, entre os dias 2 e 6.

Segundo a Colônia dos Pescadores da região, são cerca de 480 pessoas filiadas à entidade que moram em Aragarças, Bom Jardim de Goiás e Baliza, municípios que integram a comarca. “Número considerado alto e que define bem a característica da comarca local. A região é baseada na pecuária e pesca”, afirmou o juiz Bruno Leopoldo Borges da Fonseca, diretor do Foro de Aragarças, ao ressaltar o grande número de ações previdenciárias.

“Estou muito feliz em ter conseguido me aposentar”, falou Mariana Oliveira, ao sair da audiência que foi presidida pelo juiz
Luciano Borges da Silva. Apesar da emoção, ela não se intimidou para contar as histórias. “Aprendi a pescar com meu pai, já peguei de tudo. Peixa grande e pequeno. Hoje eu quero só aproveitar o meu dinheiro e descansar”, confessou.
Dona Mariana conta que o marido também é pescador e com dois netos. “Crio os meus netos e sou muito feliz mesmo com as dificuldades que a vida tem”, frisou, ao lembrar que a filha – mãe dos netos que moram com ela – morreu de leucemia há oito anos. “Só quero agradecer a Deus e a vocês por me trazerem tanta felicidade”, disse.

Também pescadora profissional artesanal, Geni Costa Almeida conseguiu se aposentar. Ela mora sozinha e pesca desde 2010, quando mudou-se para a cidade. “Passei a vida toda na roça. Vim para a cidade para ficar mais perto dos meus filhos”, pontuou. Ela contou que gosta de passar o dia todo no rio. “Vou de manhã com minha irmã e levamos as coisas que precisamos para passar o dia. Não posso ir sozinha não, às vezes sinto tontura e tenho medo de cair do barco”, ressaltou.

Antes de ir embora, Geni fez questão de contar que quando era pequena o pai dele pescou um peixe “maior que um homem” e que foram necessárias cinco pessoas para tirá-lo do rio. “Eu nunca vi um peixe daquele tamanho. Era muito grande”, finalizou, ao garantir que o que contou não é história de pescador. (Texto: Arianne Lopes / Fotos: Aline Caetano – Centro de Comunicação Social do TJGO)

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