As facetas múltiplas, coloridas e diversificadas de uma das aves tropicais mais bonitas do País, a arara, estão retratadas nas obras da artista plástica Graça Estrela na Exposição A Graça das Araras, aberta na tarde desta quarta-feira (11), no hall do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO). O desembargador Itaney Francisco Campos (foto), presidente da Comissão Cultural do Tribunal, representou o desembargador Leobino Valente Chaves, presidente do TJGO no evento que contou com a presença de desembargadores, juízes, artistas e representantes culturais.

 

A exposição  conta com 40 telas, inclusive a mais famosa delas, denominada Ninho de Araras, premiada em 2006 pela Escola Nacional de Belas Artes de Paris. Trabalhados em acrílico sobre tela, os quadros se destacam pelas texturas imitando troncos e a utilização de palhas para representar ninhos.

Natural de Ipameri, interior de Goiás, e admiradora da arte goiana, Graça Estrela começou a pintar aos 15 anos de idade e, na década de 80, depois de um encontro com araras na Chapada dos Guimarães, no Mato Grosso, passou a retratar as aves. Reconhecida tanto no Brasil quanto no exterior, a artista tem uma experiência de 40 anos com os pincéis e 25 anos de trabalho com as araras (foto abaixo). “Meu estilo é diverso e minhas telas são realistas e abstratas. Mas foram as araras que me ajudaram a alçar voo”, destacou. 

Com relação ao apoio dado pelo TJGO para disseminar a cultura e abrir as portas da Casa para artistas e públicos em geral, oferecendo um espaço próprio para os eventos dessa natureza e tornando acessível a cultura em todos os aspectos, Graça lembra que a Justiça deve andar de braços dados com a arte. “A arte toca as pessoas com sensibilidade e o Judiciário também é um instrumento de equilíbrio”, pontuou. Quanto aos projetos futuros, Graça Estrela conta que participará da Feira Mundial de Artes em Nova York, onde estarão presentes os maiores colecionadores e galeristas do mundo. “É uma honra poder fazer parte de uma exposição tão importante e pretendo levar o nome de Goiás para o mundo todo, como realmente me propus até agora”, ressaltou.

Em discurso emocionado, a juíza Wanessa Estrela, filha da artista e que atua na Vara da Fazenda Pública Municipal, de Registros Públicos e Ambiental de Aparecida de Goiânia, falou sobre a dedicação e a disciplina exercidas pela mãe para alcançar o sucesso na profissão e levar a arte para todos os lugares do País e do mundo. “Falo hoje não só da artista de renome, mas da mulher guerreira, destemida e audaciosa que luta pela sobrevivência da sua arte e a de seu País. Que é uma avó maravilhosa e mãe amiga. Que monta suas exposições sem a ajuda de ninguém, viaja para países como Coréia, Japão e Rússia, e faz a sua própria logística. Que dá aula para alunos especiais para bancar suas viagens e se orgulha disso. Neste País um artista precisa de muito amor e coragem para seguir em frente”, disse, orgulhosa.

Ao estabelecer um parâmetro de comparação entre a arte e a Justiça, Itaney Campos, afirmou que ambos procuram o aperfeiçoamento humano, o equilíbrio pessoal e a pacificação social. “A arte é um contraponto às dores e dificuldades humanas, traz luz, energia positiva e possibilita o convívio humano. O TJGO se sente envaidecido com essas exposições de valor inexplicável", destacou.   

Por outro lado, o desembargador, que sempre foi um grande incentivador da cultura no Estado e no próprio Judiciário, afirmou que a Justiça se torna frágil sem o apoio do povo e asseverou que todos os eforços tem sido empreendidos para tornar a cultura acessível a todos e demonstrar que este Poder também se preocupa em oferecer um local para obras dessa magnitude. "Estamos de mãos dadas com a cultura", disse. Ao final, o presidente da Comissão Cultural recebeu um quadro em nome do TJGO, pintado pela artista. Realizaram a entrega o diretor da Fieg, Hélio Naves e a mulher do desembargador Olavo Junqueira, Simone Andrade.    

O assessor cultural do TJGO, Gabriel Nascente, enfatizou que a filosofia da cultura incorporada pelo Judiciário goiano está em consonância com os anseios da população. A seu ver, a arte se sobrepõe à mesmice e traz nova vida ao ambiente. “Um novo ar de festa invade esse espaço destinado hoje à cultura e o TJGO evolui a cada dia nesse sentido e colhe os frutos, soma dos esforços de magistrados e servidores dedicados deste Poder", afirmou ele para quem "ser artista em tempos sem esperança não é fácil”.

O secretário municipal de Cultura, Ivanor Florêncio, disse almejar que Goiânia se torne “capital das artes”, mesmo com apenas 81 anos, e sustentou que são justamente iniciativas como a do TJGO que contribuem para que esse sonho se torne realidade. “Um povo sem cultura é triste, pois ela nos alavanca e nos dá um patamar de vida de alegria, leveza. O Judiciário goiano tem todo o nosso apoio e devemos valorizar esse tipo de ação digna de todos os elogios”, enalteceu. (Texto: Myrelle Motta - Centro de Comunicação Social do TJGO)

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