O projeto Regando Flores, idealizado na comarca de Mozarlândia, assim como também outras duas práticas de comarcas do interior do Estado, foram selecionados para a fase intermediária do Prêmio Innovare 2019. Famílias Interrompidas, de Luziânia, e Com Viver, iniciativa da comarca de Cristalina, são os outros projetos selecionados pela comissão do Prêmio Innovare. A 16ª edição do Prêmio Innovare tem um total de 617 práticas na disputa, este ano.

Regando Flores

O projeto Regando Flores promove palestras e círculos de paz para homens envolvidos em processos de violência doméstica. São realizadas entrevistas sociais e as vítimas encaminhadas para atendimento médico e psicológico, como também ao grupo de apoio para assistência social.A coordenadora do projeto, juíza Marianna de Queiroz Gomes, salientou que o programa teve início em março de 2018, na ocasião do Dia da Mulher, com a finalidade de conscientizar a comunidade sobre a violência de gênero, criando uma rede de apoio às vítimas por meio de rodas de conversa.“É gratificante ter nosso trabalho reconhecido nacionalmente dentre as várias práticas inscritas na premiação. Estamos na torcida para figurarmos entre os finalistas”, comemora a magistrada.
O programa da comarca de Mozarlândia conta com o apoio do Ministério Público Estadual (MP), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) - Seção Goiás, Prefeitura de Mozarlândia, voluntários locais e rede municipal de proteção à mulher. O projeto Regando Flores contempla o planejamento para responsabilização e educação de agressores, de acordo com a Resolução 254/2018, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que versa sobre a política nacional de enfrentamento à violência contra as mulheres pelo Poder Judiciário.

Com Viver - Inclusão Voluntária na Justiça

O Programa Com Viver, de autoria dos titulares das 1ª e 2ª Varas Cíveis da comarca de Cristalina, juízes Priscila Lopes da Silveira e Thiago Inácio de Oliveira, também figura entre os selecionados para a fase intermediária da 16ª edição do Prêmio Innovare.
O projeto consiste na inclusão de pessoas com deficiência, tanto de ordem física quanto intelectual, para o exercício de atividades voluntárias no âmbito do Poder Judiciário.
O objetivo principal do programa é proporcionar o desenvolvimento aos portadores de deficiências associadas a déficits cognitivos, como as síndromes de Down, Asperger, Williams e autismo, por meio da primeira experiência profissional, promovendo a percepção de autossuficiência, autoestima e, sobretudo, de igualdade e dignidade,
Outro aspecto trabalhado pelo Com Viver é a compreensão de que, o ser humano, mesmo diante de limitações, pode desenvolver atividades laborativas de utilidade ao próximo e à sociedade, com base no princípio estruturante da Constituição Federal sobre a dignidade da pessoa humana.

Famílias Interrompidas

Idealizado pela titular da 1ª Vara Criminal da comarca de Luziânia, juíza Renata Farias Costa Gomes de Barros Nacagami, o projeto Famílias Interrompidas visa propiciar apoio aos familiares das vítimas de homicídios, bem como minimizar a sensação de insegurança social. O programa promove círculos de construção de paz, por meio de encontros entre familiares, facilitadores e psicólogos, com o objetivo de oferecer conforto para amenizar o trauma das perdas.
Para a juíza Renata Farias Costa Gomes de Barros Nacagami, o projeto também é relevante no que diz respeito à informação sobre o trâmite processual, já que “a iniciativa ainda prevê a exposição mais simplificada de como ocorrem as etapas do processo penal, possibilitando que os envolvidos possam falar sobre o ocorrido com os facilitadores e outras famílias que se encontram na mesma situação”, ressalta a magistrada.

Prêmio Innovare

O prêmio Innovare identifica práticas do Poder Judiciário, Ministério Público, Defensoria Pública e de advogados, que possam contribuir para a modernização e democratização do acesso ao Sistema Judicial Brasileiro.
O Instituto Innovare é uma associação sem fins lucrativos, que realiza anualmente a premiação. Também promove palestras e eventos gratuitos, além de publicar livros e artigos, e atuar na produção de documentários e pesquisas sobre temas relacionados à Justiça. (Texto: Carolina Dayrell - Centro de Comunicação Social do TJGO / Fotos: acervo das comarcas e arquivo do Innovare)