Nesta terça-feira (11), o juiz Vitor Umbelino Soares Junior, titular do 6º Juizado Especial Cível da comarca de Goiânia e membro da Coordenaria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Tribunal de Justiça, ministrou palestra sobre o tema “Lei Maria da Penha e Violência Doméstica contra a Mulher”, na III Semana de Educação para a Vida, promovida pelo Departamento de Áreas Acadêmicas e Gerência de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão do Instituto Federal de Goiás (IFG) – Câmpus de Senador Canedo.

Na palestra para os alunos do Instituto Federal, o magistrado abordou os desafios e principais avanços da legislação protetiva da mulher no combate ao feminicídio e a outras formas de violência doméstica em todo o País, principalmente no Estado de Goiás, que ainda apresenta índices muito preocupantes. Segundo o juiz, diversos fatores contribuem para a constituição desse quadro, especialmente aqueles que estão direta ou indiretamente relacionados a uma cultura do machismo, da misoginia e do patriarcado que ainda permeia a sociedade brasileira.

Esse modelo cultural que leva à discriminação da mulher, de acordo com o magistrado, "além de violar os princípios constitucionais da liberdade, da igualdade de direitos entre homens e mulheres, bem como do respeito à dignidade da pessoa humana, dificulta a participação da mulher em vários segmentos sociais, na vida política, social e econômica de seu país, constituindo um dos paradigmas que influenciam diretamente na origem das diversas formas da violência de gênero", afirmou.

Ao final, Vitor Umbelino expôs aos alunos as diversas ações que o Poder Judiciário goiano e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) estão desenvolvendo no enfrentamento do problema, demonstrando de que forma os centros Universitários também podem ajudar no desenvolvimento de ações estratégicas que auxiliem, principalmente, na prevenção desse mal. “A ação preventiva, manifestada numa rede de comunicação eficaz entre os órgãos responsáveis pelo sistema de justiça e setores organizados da sociedade civil, contribui para a quebra de um paradigma cultural responsável em grande parte pela perpetuação dos altos índices de violência contra a mulher em nosso País”, concluiu o juiz.