Tribunal de Justiça do Estado de Goiás inaugurou, nesta segunda-feira (19), um espaço voltado à promoção do diálogo e conciliação entre as partes dos processos em tramitação no TJGO: o Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania em Segundo Grau do Poder Judiciário goiano, instalado no térreo do prédio do Setor Oeste, em Goiânia. Ainda hoje ocorrerá a primeira audiência de mediação. A solenidade contou a participação de desembargadores, juízes, diretores, servidores e advogados.

A coordenadora do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec) e também coordenadora do Cejusc em Segundo Grau, juíza substituta em segundo grau Doraci Lamar, destacou que o novo centro atenderá a demanda com relação as questões de conciliação em recurso que tramitam no segundo grau. Em seu discurso, ela agradeceu ao desembargador-presidente, Gilberto Marques Filho, pelo apoio que tem dado à conciliação.

Doraci Lamar aproveitou a oportunidade para pedir aos advogados que façam requerimentos daqueles processos que sejam possíveis para a realização de acordo. “Os advogados podem também fazer o pedido ao relator para que ele envie as ações para o Cejusc em Segundo Grau. Além disso, o relator (desembargador) pode de ofício encaminhar o processo para a realização de conciliação quando ele achar conveniente”, explicou aos presentes.

A vice-presidente do TJGO, desembargadora Beatriz Figueiredo Franco, lembrou da importância da conciliação e mediação para a solução de conflitos. “A prova disto são as instalações de centro judiciário no interior do Estado. Já são 48 só em cidades do interior”, destacou.

Para a mediadora e instrutora em mediação, Marielza Nobre Caetano da Costa, o que difere a conciliação na primeira instância desta que será feita no segundo grau é que nas ações que chegam para tentativa de acordo no TJGO já existem uma sentença anterior ou mesmo um recurso apelatório ou são ações também originárias de segundo grau como agravos e etc. No entanto, o trabalho do mediador é o mesmo que é o de auxiliar as partes a conseguirem um acordo. Segundo Marielza, no segundo grau, o maior desafio é que uma das partes já possui uma sentença favorável e pode chegar com isso em mente, o que pode dificultar a procura pelo acordo nessa fase processual. "Então desconstruir esse ponto e trazer ambos para que cheguem a um acordo em conjunto pode ser o nosso maior desafio”, salientou.

A psicóloga Rosângela Montefusco, mediadora e professora da PUC-GO, explica que as sessões a serem realizadas também no novo Cejusc serão baseadas na técnica da teoria sistêmica, também conhecida como constelações familiares, desenvolvida pelo alemão Bert Hellinger. Ela consiste em criar "esculturas vivas" para reconstruir a árvore genealógica do constelado, a partir da qual são localizados e removidos os bloqueios do fluxo amoroso de qualquer geração ou membro da família. Segundo ela, essa técnica possibilita resultados rápidos e eficientes.  (Texto: Arianne Lopes / Fotos: Aline Caetano – Centro de Comunicação Social do TJGO)   Veja a galeria de fotos