A juíza da comarca de Nova Crixás, Gabriela Fagundes Rockenbach, condenou dois homens por tráfico de drogas. Eles foram presos transportando mais de 620 quilos de droga – a maior apreensão de cocaína do ano – em um caminhão na GO-454, no município de Mundo Novo, pertencente à comarca de Nova Crixás.

Além do crime de tráfico de drogas, Luciano Teixeira da Silva foi condenado por corrupção ativa e pegou 13 anos e 6 meses de prisão em regime fechado. Já Wellington de Andrade Silva foi condenado a 11 anos e 6 meses de prisão e cumprirá pena também em regime fechado.

Consta dos autos que Luciano Teixeira, proprietário da carreta, confessou ter sido contratado para fazer o transporte da droga entre os municípios de Mutum (MT) e Alvorada (TO). Para isso, ele receberia a quantia de R$ 200 mil pelo serviço e, para cumprir o acordo, contratou Wellington de Andrade, a quem pagaria R$ 30 mil para esconder a droga dentro do veículo.

Em abordagem de rotina feita pela Polícia Militar, a dupla foi flagrada com a droga, levantando suspeitas dos policiais. No entanto, Luciano Teixeira demonstrou intenso nervosismo e ofereceu dinheiro à equipe de policiais militares para evitar a realização da vistoria no veículo. Após vasculhar o caminhão, a droga, conhecida como "cocaína", foi encontrada embalada em pacotes.

Ao analisar o caso, a juíza verificou que as provas da existência de substâncias ilícitas no veículo não decorreram de ações consideradas ilícitas, como a busca pessoal e veicular, uma vez que havia fundada suspeita de que o veículo estava transportando drogas.

“A materialidade está provada nos documentos que instruem o presente expediente, especialmente pelo Registro de Atendimento Integrado (RAI), pelo auto de apreensão, pelo laudo preliminar e pelo laudo pericial definitivo, o qual constatou a presença de cocaína nas porções apreendidas, substância que causa dependência psíquica e que faz parte da lista de produtos e substâncias de uso proscrito no Brasil, segundo a Portaria nº 344, de 12 de maio de 1998, da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde”, completou.

No que diz respeito ao crime de corrupção ativa, mesmo com a negação de Luciano Teixeira da Silva, a juíza Gabriela Rockenbach afirmou que, durante o julgamento, os três policiais confirmaram que o réu teria dito “quantos milhões vocês querem” e que o dinheiro estaria disponível com apenas um telefonema. “Saliento que, em seus depoimentos, os três policiais usam a expressão 'quantos milhões'. A situação em que a fala foi proferida permite concluir que a intenção do acusado era evitar a atuação policial. Além disso, não se tratou de uma fala isolada, equivocada, mal interpretada ou incompreendida. Portanto, não resta qualquer dúvida sobre a oferta de dinheiro por parte de Luciano para que os policiais militares, servidores públicos, não cumprissem seu dever oficial”, enfatizou. (Texto: Arianne Lopes - Centro de Comunicação Social do TJGO)