Cerca de 350 coordenadores de turno de instituições educacionais lotaram o Auditório Desembargador José Lenar de Melo Bandeira nesta segunda-feira, 15, no curso promovido pela Prefeitura de Goiânia, por meio da Secretaria Municipal de Educação (SME), em parceria com o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) e a Corregedoria-Geral da Justiça de Goiás, para fortalecer a cultura de paz nas escolas. 

A aula inaugural contou com a mesa redonda intitulada “Justiça Restaurativa e sua relação com a promoção da Cultura de Paz nas Unidades Educacionais”. Na abertura da cerimônia, o juiz Gustavo Assis Garcia falou sobre os resultados positivos da parceria estabelecida pelo TJGO e pela Corregedoria com a SME para a implantação do Programa Pilares nas unidades educacionais.

O magistrado lembrou que nenhuma unidade escolar municipal onde foi desenvolvido o Pilares, cujo objetivo é disseminar o respeito como aspecto primordial para que sejam estabelecidos o diálogo e as relações pacificadoras na solução de conflitos dentro das escolas, sofreu com episódios de massacres como aqueles ocorridos recentemente em todo o País.

“O êxito dessa somatória de esforços da SME, do TJGO e da Corregedoria pode ser visto nesses excelentes resultados”, pontuou.

Visão ampla

Em um discurso intimista, a juíza Sirlei Martins, idealizadora do Programa Pilares, também ressaltou a importância das parcerias para combater a violência no ambiente escolar, mas chamou a atenção de todos para o fato de que é necessário pensar na violência em um contexto mais amplo, já que, a seu ver, todos somos seres integrantes desse fenômeno. Ela também mencionou a complexa exposição às redes sociais dos jovens na atualidade.

“Precisamos enxergar além, por meio de outras alternativas para lidar com a violência dentro das escolas. A construção de muros mais altos não deve ser um fator para que nos afastemos das pessoas. Temos que trabalhar a sensação de pertencimento, de respeito, de empatia”, refletiu.

Respeito e visão restaurativa

Ao discorrer sobre as Contribuições da Justiça Restaurativa para a construção da cultura de paz no ambiente escolar, o juiz Gustavo Assis enfatizou que os noticiários e as redes sociais têm retratado de forma ascendente o aumento da violência nas escolas. Por essa razão, de acordo com ele, o conflito deve ser uma oportunidade de aprendizagem, uma forma de impulsionar para as mudanças.

“A partir da visão restaurativa do crime vamos compreender o processo que envolve tanto o ofensor quanto a comunidade. Todos são importantes e tem o seu papel no mundo. Regras comunitárias devem ser seguidas, devemos ensinar nossas crianças e adolescentes a desconstruir preconceitos em relação ao outro que deve ser respeitado, inclusive nas suas diferenças”, ponderou.

Cultura de paz

A promoção da cultura de paz nas unidades educacionais foi o tema ministrado por Elias Antônio Democh, gerente de formação dos profissionais da SME.

“Temos nessa Casa um lugar de inspiração, trabalho e resultados. Muito além da responsabilidade social, nossa missão maior hoje é fomentar a paz, promover escutas e mediações para garantir dignidade aos nossos estudantes”, frisou.

Ao final, Clédia Maria Pereira, coordenadora da Comissão de Mediação Educacional, apresentou a ementa do curso Diálogo, escuta e mediação: fortalecendo a cultura de paz na escola. A servidora Maria Nilva Fernandes da Silva Moreira, diretora da Divisão Interprofissional Forense da CGJGO, auxiliou no encerramento do evento.

Mesa diretiva

A mesa diretiva foi composta pelos juízes Sirlei Martins da Costa e Gustavo Assis Garcia, auxiliares da Presidência do TJGO e da CGJGO, além de Elias Antônio Democh, gerente de formação dos profissionais da SME.

A organização do evento ficou a cargo da Comissão de Mediação Educacional da SME e da Gerência de Formação dos Profissionais da Educação.

Macrodesafios e metas

A ação está vinculada aos Macrodesafios 2 e 5, do Poder Judiciário, que tratam do fortalecimento da relação interinstitucional da Justiça com a sociedade e da prevenção de litígios e adoção de soluções consensuais de conflitos.

Está alinhada ainda à Meta 1, do Plano de Gestão da Corregedoria (Biênio 2023/2025), por direcionar-se à proteção e promoção de direitos, às garantias fundamentais e ao exercício da cidadania, conforme os objetivos de desenvolvimento sustentável da Agenda 2030 (ONU/CNJ). (Texto: Myrelle Motta - Diretora de Comunicação Social da Corregedoria-Geral da Justiça de Goiás/Fotos: Gusthavo Crispim - Centro de Comunicação Social do TJGO)

  •    

    Ouvir notícia: