10-04-Projeto PilaresO respeito como aspecto primordial para que sejam estabelecidos o diálogo e as relações pacificadoras na solução de conflitos, especialmente dentro das escolas. A valorização deste sentimento, bem como da empatia, da confiança, da sinceridade e da ética, foram colocados com ênfase pelos 20 participantes do segundo Círculo de Construção de Paz: O Despertar do Olhar, realizado nesta segunda-feira (9) pela Corregedoria-Geral da Justiça de Goiás (CGJGO) com as equipes de apoio pedagógico das Coordenadorias Regionais de Ensino Central e Maria Thomé Neto, ambas da capital. A ação dá continuidade a mais uma etapa do Projeto Pilares: Edificando a Cultura de Paz na Escola, desenvolvido pela CGJGO em parceria com a Secretaria de Educação do Município de Goiânia através da Secretaria Interprofissional Forense, cuja idealizadora é a juíza Sirlei Martins da Costa, auxiliar da Corregedoria. 

A apresentação desta metodologia relativa ao círculo de paz aborda temáticas relativas a habilidades sociais, comunicação não-violenta, promoção do diálogo, compartilhamento e resolução de conflitos, construção de relacionamentos saudáveis, estabelecimento de vínculos, valores ética, resiliência, entre outros. Ao explicar a importância de se adotar um vocabulário não-violento principalmente no que tange ao ambiente escolar, a juíza Sirlei Martins, que atuou como facilitadora, escolheu a palavra ética para direcionar os trabalhos. A seu ver, é necessário buscar alternativas pacíficas para combater a violência e enxergar o contexto como um todo, buscando sempre o equilíbrio e a contínua reflexão . “Por meio da comunicação não-violenta aprendemos a ouvir, entender o que está por trás do conflito, nos colocarmos no lugar do outro, encontrar soluções pacíficas. Desta maneira, ajudamos a construir uma sociedade que prime pelo respeito, que seja capaz de enxergar o outro com menos desconfiança”, enfatizou.

10-04 - Projeto Pilares 2De acordo com a magistrada, as escolas têm imensa responsabilidade de ajudar seus alunos a encontrar soluções positivas para os conflitos. “É no âmbito escolar que fica evidente o quanto estamos mais agressivos e mais violentos. As relações humanas estão cada vez mais complexas e talvez as mudanças nas famílias e na sociedade tenham ocorrido com tanta rapidez que não houve tempo de preparação. Então é preciso que as escolas sejam capazes de dar suporte para que crianças e adolescentes enfrentem as adversidades de modo a entender a origem do problema e compreendam a maneira adequada de lidar com esse cenário de contínuas mudanças, sem que tudo acabe em mais violência”, frisou.

Despertamento e reflexão

Agradecendo a participação de todos os representantes das coordenadorias, a representante da Secretaria Interprofissional Forense da Corregedoria, Maria Nilva Fernandes Moreira, que também teve atuação como facilitadora, explicou que o círculo tem caráter de despertamento e reflexão, nunca de imposição. “Buscamos aqui a melhoria das relações, o momento reflexivo, a construção de valores incompreendidos e que não podem faltar nesse caminho a ser trilhado”, ponderou. Já a pedagoga da Secretaria Interprofissional Forense Cyntia Bernardes, outra facilitadora, falou sobre a importância dos apoios pedagógicos que atuam diretamente na coordenação das escolas e acentuou o papel do círculo de paz e os resultados satisfatórios obtidos após a sua realização.

10-04 - Projeto Pilares 3“Percebemos atualmente a necessidade das pessoas de serem reconhecidas, respeitadas, valorizadas. Em razão de tantos traumas sofridos na sociedade, as consequências, na maioria das vezes, são o isolamento e a agressividade. O círculo nos coloca no patamar de igualdade no que se refere a situações de conflitos, é o resgate da escuta. Os participantes saem daqui com a expectativa de já utilizarem essa ferramenta com outras pessoas e levam lições para a própria vida”, analisa a pedagoga. Para a psicóloga Ana Paula Osório Xavier, também integrante da Secretaria Interprofissional Forense, a receptividade daqueles que participam dos círculos é notório e remete a discussões importantes para a criação de momentos de diálogo e reflexão. “Somos submetidos hoje a situações de grande estresse e precisamos saber que podemos contar uns com os outros”, pontuou.

Sobre os círculos de construção de paz

Os processos circulares ou círculos de construção de paz são processos baseados em habilidades de diálogo e de uma comunicação que auxilia na reformulação da forma pela qual o indivíduo se expressa e ouve os outros, inspirando, assim, uma ação compassiva e solidária, mesmo em condições adversas, para a promoção da cultura de paz. O formato de círculo simboliza aos princípios fundamentais da liderança compartilhada: igualdade, conexão e inclusão, e proporciona foco, comprometimento e participação de todos em ambiente seguro e respeitoso. Sua principal filosofia é a de que “todos precisam de ajuda e que, ajudando os outros, estamos, ao mesmo tempo, ajudando a nós mesmos”. (Texto: Myrelle Motta- assessora de imprensa da Corregedoria-Geral da Justiça de Goiás/Fotos: Acaray M. Silva - Centro de Comunicação Social do TJGO)

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