O juiz Jesseir Coelho de Alcântara, da 1ª Vara Criminal de Goiânia, presidiu, nesta quinta-feira (24), a última audiência de instrução e julgamento do vigilante Tiago Henrique Gomes da Rocha, no processo que apura as mortes de Mateus Henrique Rodrigues de Morais e Karina dos Santos Farias.

Ao todo, segundo o magistrado, são 33 processos em tramitação na 1ª Vara, dos quais um foi arquivado por falta de provas, e 26 decisões de pronúncia já foram proferidas, ou seja, seis aguardam decisão de pronúncia (se ele vai ou não júri popular). “Isso demonstra que o Poder Judiciário goiano tem dado uma reposta à sociedade e a contento, nessas situações, e que os processos tramitando de uma maneira rápida”, frisou.

Sobre a audiência
Na audiência, foram ouvidas três testemunhas, arroladas em comum pela acusação e pela defesa. Além disso, Tiago Henrique, mais uma vez, se manteve em silêncio usando seu direito de permanecer calado.

A primeira testemunha a ser ouvida foi o guarda-civil Daniel Antônio da Silva, que estava passando pelo local na hora do crime. Ele afirmou que não estava em serviço e que viu “o atirador” fugindo na moto, mas devido à distância não conseguiu identificar quem foi.

As testemunhas Mara Cristina Rodrigues e Luciano Rodrigues dos Santos, que trabalham no local no crime, disseram que viram apenas uma pessoa chegando com a arma, mas não identificaram porque acharam que iam ser assaltos, abaixaram e não viram mais nada.

O crime
O duplo assassinato ocorreu por volta das 20h15 do dia 27 de julho de 2014, em um pitdog na esquina da Avenida Anhanguera com a Rua 208, no Setor Leste Universitário. Segundo a denúncia do Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), os dois jovens voltavam de um retiro religioso e decidiram ir até a lanchonete. Tiago Henrique, então, de acordo com o MPGO, parou sua moto, desceu e atirou nos dois pelas costas. Em seguida, subiu na moto e fugiu.

O vigilante, depois de preso, confessou o crime e o exame de confronto microbalístico nos projéteis retirados dos corpos das duas vítimas deu positivo para o revólver apreendido com ele, em outubro do ano passado.

Os autos tramitaram no Juizado da Infância e da Juventude, tendo a investigação apontado, inicialmente, a autoria dos crimes para um adolescente. Após a constatação da autoria ter recaído sobre Tiago Henrique, Jesseir de Alcântara recebeu ofício da delegada Lúcia Aparecida de Oliveira, da Delegacia de Investigação de Homicídios (DIH), comunicando sobre a reabertura das investigações. A juíza da Infância e da Juventude de Goiânia, Maria do Socorro Sousa Afonso da Silva, foi informada sobre o fato e determinou encaminhamento de ofício à DIH solicitando informações. 

O magistrado, então, abriu vista da documentação aos promotores que atuam nas Varas dos Crimes Dolosos contra a Vida da comarca de Goiânia, para manifestação. Posteriormente, o MPGO pugnou pela abertura de um novo inquérito policial, sendo juntados novos documentos aos autos. (Texto: Arianne Lopes - Fotos: Aline Caetano - Centro de Comunicação Social do TJGO)

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