A comarca de Aragarças está realizando a digitalização dos processos físicos que tramitam na 1ª Vara Judicial (Família e Sucessões, Infância e Juventude, Cível e Juizado Especial Cível). A iniciativa foi possível por meio da parceria entre o fórum local e a Unidade Prisional de Aragarças (UPA), firmada entre o juiz Jorge Horst Pereira, e o diretor do presídio, Matheus Lúcio Guedes.

Os processos foram digitalizados e higienizados pelos reeducandos, em regime fechado, dentro das dependências do fórum, em regime de segunda a sexta-feira, com jornada de cinco horas por dia, sendo escoltados pelos policiais penais da unidade. Ao todo, seis presidiários participam da digitalização, que teve início em agosto e finaliza neste mês de dezembro.

Digitalização

Foram digitalizados aproximadamente 1.700 processos, sendo em média mais de 500 mil páginas. Foi concedido o prazo de 15 dias, para as partes se manifestarem quanto aos documentos disponibilizados no Processo Judicial Digital. Apenas 185 (cento e oitenta e cinco) processos foram migrados para o híbrido, mas já se encontram em fase final de digitalização.

A conferência do material digitalizado, bem como o cadastro dos autos na plataforma digital, ficou sob a responsabilidade do escrivão do Cartório da Família e Sucessões, Infância e Juventude, Cível e Juizado Especial Cível, servidor Robson de Freitas Silva Júnior.

Neste mês de dezembro, um dos reeducandos, mesmo após atingir a progressão de regime para o semiaberto, tornou-se voluntário no trabalho de digitalização para encerrar a meta da 1ª Vara.

O magistrado titular da comarca agradeceu o empenho dos presidiários na ação e reconheceu a contribuição deles para o resultado alcançado. “O processo digital é o futuro e o presente do Judiciário, mas em Aragarças a sua implantação de forma plena para os processos de natureza cível somente foi possível com o emprego de mão de obra voluntária dos reeducandos, os quais prestaram um serviço ágil e de qualidade. Fica o agradecimento a todos os envolvidos e a economia de recursos públicos com a digitalização, da parte deles fica a valorização com a realização de tarefa produtiva e os benefícios da remição pelo trabalho”, afirmou Jorge Horst Pereira.

Para o diretor da UPA, o trabalho dos reeducandos é importante para a ressocialização. “Há um reflexo positivo perante a sociedade, demonstrando que a identidade do sistema prisional não é só punir, mas também ressocializar, oferecendo meios de reinserção social ao apenado. A escolha dos reeducandos foi baseada em aptidão técnica, disciplina, respeito e bom comportamento, levando em consideração a importância e responsabilidade do trabalho”, destacou Matheus Lúcio de Araújo Guedes.

O trabalho em parceria foi aprovado pelo responsável pela supervisão, escrivão Robson de Freitas Silva Júnior. “Foi de imensa surpresa e satisfação, uma vez que a qualidade de tais procedimentos ocorreram com louvor, não havendo nenhum importuno. Inúmeros advogados elogiaram a qualidade do serviço, não havendo nenhuma reclamação quanto aos documentos digitalizados ate o momento”.

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