Os réus Enzo Jacomini Carneiro Matos, mais conhecido como “Freya”, e Jeferson Cavalcante Rodrigues, acusados de matarem e ocultarem o cadáver da jovem Ariane Bárbara Laureano de Oliveira, de 18 anos, serão submetidos ao Tribunal do Júri nesta segunda-feira (13). O crime aconteceu mediante violência física e golpes de faca no dia 24 de agosto de 2021, por volta das 21 horas, no interior de um veículo. O corpo foi encontrado numa mata no Setor Jaó, em Goiânia. A sessão de julgamento será realizada, às 8h30, sob a presidência do juiz Jesseir Coelho de Alcântara, da 3ª Vara dos Crimes Dolosos contra a Vida e Tribunal do Júri, no Fórum Cível, localizado no Park Lozandes. A ré Raissa Nunes Borges entrou com recurso e não será julgada nessa data.

A acusação será feita promotor Maurício Gonçalves de Camargos, do Ministério Público do Estado de Goiás, e pelo assistente de acusação Leandro Henrique Zeidan Vilela de Araujo. A defesa dos réus caberá aos advogados Luiz Carlos Ferreira Silva e Cleib Bueno de Morais. Acatando parecer do Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), o juiz Jesseir Coelho pronunciou os réus no dia 28 de novembro de 2022, por entender que a materialidade delitiva do crime de homicídio se encontrava devidamente comprovada pelo Laudo de Exame Cadavérico, assim como a ocultação de cadáver foi indicada no Laudo de Local de Morte Violenta.

O magistrado destacou que, no que concerne à autoria e participação, há indícios suficientes de que Enzo e Raissa, acompanhados de uma adolescente, podem ter matado a vítima Ariane, bem como teriam ocultado seu cadáver, enquanto Jeferson pode ter concorrido para o crime na medida em que teria prestado auxílio material e moral. Além disso, ele observou ainda que o manancial probatório aponta que os acusados podem ter corrompido a menor e, com ela, terem praticado crime hediondo, com base nos termos da Lei nº 8.072/90. Com isso, eles serão julgados pelos crimes de homicídio, ocultação de cadáver e corrupção de menor.


Crime

O inquérito policial narra que Jeferson, Raíssa, Enzo e uma menor conheceram Ariane por frequentarem uma pista de skate pública, localizada próximo a um supermercado de Goiânia. Raíssa, então, decidiu realizar um" teste prático" com ela mesma, a fim de averiguar se possuía transtorno de personalidade comportamental e antissocial, conhecido e debatido nas redes sociais das quais os denunciados eram adeptos como psicopatia, se colocando à prova quanto a coragem para tirar friamente a vida de um ser humano e não sentir remorsos.

Diante disso, Jeferson, Enzo e a adolescente resolveram auxiliar Raíssa a executar o plano dela. Imediatamente, Raíssa tentou estrangular Ariane, mas a força empregada foi insuficiente. Ainda, com o veículo em movimento, Enzo trocou de assento com Raíssa e passou a enforcar a vítima pelas costas, golpe conhecido por “mata-leão”, fazendo com que Ariane desmaiasse. Raíssa então voltou para o banco de trás, quando ela e a menor pegaram facas, as quais estavam guardadas num compartimento atrás do banco do motorista, e com elas efetuaram diversos golpes em Ariane, causando-lhe lesões corporais que evoluíram para a morte dela.

Após matarem a vítima, Jeferson parou o veículo para que Raíssa e a menor colocassem o corpo dela no porta-malas, o qual havia sido antecipadamente forrado por ele com saco plástico. A partir daí, Enzo indicou um matagal que era de seu conhecimento, situado no Setor Jaó, como sendo um lugar propício para desovarem o cadáver da jovem. Ao chegarem no destino, os denunciados carregaram o corpo de Ariane na mata e lá o cobriram de terra e pedras. Depois de esconderem o cadáver, eles foram até um banheiro público localizado na galeria Pátio do Lago, para se limparem, e, em seguida, pararam para lanchar. Os réus permanecem presos. Processo: 5557838-36 (Texto: Acaray Martins - Centro de Comunicação Social do TJGO)

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