Cerca de 750 estudantes da rede municipal de ensino de Caldas Novas aprenderam sobre os diversos tipos de violência sofridas pelas mulheres, nesta terça-feira (5), no segundo dia da 26ª Semana da Justiça pela Paz em Casa, que acontece no município. A explanação foi dada pela juíza Carolina Gontijo, da 2ª Vara Criminal de Caldas Novas, na palestra "O que você precisa saber sobre violência doméstica. Uma abordagem além do óbvio", e ocorreu no Centro de Convenções da Rodoviária de Caldas Novas.  A Semana da Justiça Pela Paz em Casa é promovida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em parceria com os tribunais de justiça estaduais. Em Goiás, é organizada pela Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO).

De forma interativa, a magistrada chamou a atenção dos estudantes utilizando vídeos e desenvolvendo dinâmicas, mostrando a visão prática de quem atua com o tema. "Nosso objetivo é proporcionar conhecimento e ferramentas para o combate à violência doméstica. É muito importante que esses adolescentes tenham essa noção para alertarem, denunciarem caso presenciem casos de violência em suas famílias e no meio em que convivem", pontuou.

Durante a exposição, a magistrada contextualizou o assunto, os requisitos que configuram a violência doméstica e familiar, abordou sobre as cinco formas de violência, que são: a violência psicológica, a física, a moral, a sexual e a patrimonial. Na oportunidade, a  juíza enfatizou que para que ocorra a violência doméstica ou familiar não é necessário que o agressor (a) more na mesma casa, mas que haja relação íntima de afeto entre ele e a vítima.

Ouvir e acolher

Segundo Carolina Gontijo, os dados sobre a violência contra a mulher são alarmantes e denunciar o crime é a melhor forma de proteger a vítima. "Uma em cada três mulheres passaram ou passarão por algum tipo de violência ou agressão na vida. Isso significa que o agressor pode estar do nosso lado. E uma das formas de combater esse tipo de violência é não compactuar com isso. É denunciar", alertou ela ao ressaltar a importância de familiares e amigos estarem abertos para ouvir e acolher a mulher. "Essa rede de apoio é muito importante", frisa.

A estudante do 8º ano da Escola Municipal Santos Efigênia,  Vitória Aparecida de Jesus, de 15 anos, acompanhou atenta aos ensinamentos e disse que agora saberá como agir quando presenciar ou ficar sabendo de algum caso de violência. "Aprendi muito nessa palestra. Tenho uma amiga que já foi agredida por um familiar e agora sei como agir".



Concurso de redação

Na oportunidade, a juíza Carolina Gontijo anunciou que os estudantes da rede municipal poderão participar de um concurso de redação sobre o tema abordado e as três melhores redações serão premiadas. Os vencedores, além de se divertirem  no Hot Park, com mais três acompanhantes, terão suas redações divulgadas no site do TJGO.

No final da exposição, foram divulgados os recursos e números disponíveis para as vítimas de violência doméstica denunciarem em Caldas Novas. Também foram distribuídas cartilhas sobre a Lei Maria da Penha.

Durante o evento, a banda municipal Oscar Santos  fez várias apresentações, movimentando a manhã dos estudantes. E a cantora Maria Cristina, servidora do TJGO, finalizou a programação apresentando a música de sua autoria "A Penha Vai Valer", que fala de situações de violência física e psicológica contra as mulheres e inspirada em histórias de mulheres que superaram os traumas de um relacionamento violento.



Presenças

Participaram da programação, a secretária municipal de Educação de Caldas Novas, Vanessa Oliveira; a diretora do Centro de Formação Continuada Professora Enir de Fátima, Luciana Belchior; a secretária da Diretoria do Foro de Caldas Novas, Cristiane Hilário Pereira, os servidores da Coordenadoria Estadual da Mulher, Carlos Gonçalves e Morgana Santos. Veja galeria de fotos (Texto: Karinthia Wanderley/ Fotos: Wagner Soares- Centro de Comunicação Social do TJGO)

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