O Juizado da Infância e da Juventude de Goiânia está adotando medidas para intensificar os resultados do Projeto Anjo da Guarda, que tem por objetivo promover a convivência familiar e comunitária de crianças e adolescentes, vivendo em entidades de acolhimento institucional de Goiânia.

O projeto busca sensibilizar a sociedade para incentivar o apadrinhamento das crianças. De acordo com Clarice Ribeiro Dias dos Santos, membro da equipe Anjo da Guarda, o projeto tem demonstrado que, quando apadrinhadas, as crianças tem a auto-estima elevada, tornam-se mais motivadas, sentem-se queridas. “Os que são apadrinhados são tidos, entre os demais, como privilegiados. No universo das crianças e adolescentes acolhidos, ser apadrinhado dá status”, comenta.

Atualmente, em Goiânia, há 8 crianças apadrinhadas, 35 adotadas depois de serem apadrinhadas e 32 em guarda de padrinhos. Há 75 pessoas inscritas para serem padrinhos e 43 crianças aguardando apadrinhamento. “Fica até parecendo que tem muita gente querendo ser padrinho, mas o que atrasa um pouco o procedimento é que a maioria dessas pessoas quer apadrinhar crianças que tenham entre 5 e 9 anos de idade, mas 98% das crianças para serem apadrinhadas tem acima de 10 anos”, observa Clarice.

Ela explica ainda que, por melhor que seja, o cuidado e atenção oferecidos pela instituição de acolhimento não se comparam à experiência de ter um padrinho, alguém com quem a criança possa ter uma relação de afeto. “Nada substitui os olhos nos olhos, o aperto de mão, o abraço, o envolvimento”, observa.

O projeto Anjo da Guarda prevê o apadrinhamento afetivo, aquele no qual o padrinho passa a ter de fato uma relação de afeto com o afilhado, e o apadrinhamento financeiro e prestador de serviços. Neste, o voluntário pode contribuir com recursos materiais, financeiros ou até mesmo prestando serviços, como é o caso de padrinhos que são odontólogos e se responsabilizam pela saúde bucal de seus afilhados.

Grande parte dos processos de apadrinhamento evolui para a guarda e, depois, para a adoção. “É um jeito interessante e seguro de promover uma aproximação entre a criança e alguém com interesse de adotar”, comenta Clarice.

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