A tarde desta segunda-feira (7) foi marcada por arte, cultura e conhecimento no Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) com a visita do imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL), poeta e professor Antônio Carlos Secchin, que apresentou a palestra “Palavras e Silêncios em Torno da Semana de Arte Moderna de 22”. O evento, uma iniciativa da Comissão Permanente de Memória e Cultura do Tribunal de Justiça, que tem como presidente em exercício o desembargador Luiz Cláudio Veiga Braga, em parceria com a Escola Judicial do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO),  integra o projeto Vivências e Convivências com os Imortais da ABL e as comemorações do TJGO para o centenário da Semana de Arte Moderna. Cerca de 200 pessoas assistiram à palestra no Auditório da Escola Judicial de Goiás (Ejug).

Durante a abertura da conferência, o presidente em exercício da Comissão Permanente de Memória e Cultura do TJGO, desembargador Luiz Cláudio Veiga Braga, que na ocasião representava o presidente do TJGO, desembargador Carlos França, deu as boas-vindas a Antônio Carlos Secchin, e ao público presente, e ressaltou que o convidado, “escritor e imortal da ABL, dispensa apresentações, e se destaca como um dos maiores nomes da intelectualidade brasileira, acadêmico, ensaísta e poeta da melhor cepa”, elogiou.

Um dos idealizadores da vinda de Antônio Carlos Secchin ao TJGO, o assessor cultural do TJGO, poeta Gabriel Nascente, saudou o ensaísta Antônio Carlos Secchin, com a declamação do poema de sua autoria “Secchin, o Fidalgo das Letras”, e comemorou a realização de mais um evento cultural no Poder Judiciário goiano.

 

Palestra

O poeta e imortal da ABL Antônio Carlos Secchin agradeceu pelo honroso convite do TJGO para proferir reflexões acerca da Semana de 22. “O tema da Semana de Arte Moderna já foi amplamente apresentado e explorado, e a proposta é justamente falar sobre o que não se revelou a respeito do movimento”. Secchin apresentou seu estudo “Palavras e Silêncios em Torno da Semana de Arte Moderna de 22”, e ressaltou que “o movimento foi uma espécie de marco zero da literatura brasileira, e que historicamente nenhum evento foi tão propício a criação de personagens como a Semana de 22, tanto de protagonistas, antagonistas e coadjuvantes”.

Antônio Secchin apresentou um balanço de algumas manifestações retrospectivas, sobre formas de artigos, depoimentos, ensaios e livros escritos por autores e atores das apresentações de 1922. Ele revelou curiosidades sobre o evento, como o pouco conhecido protagonismo da música na Semana de 22, com destaque para as apresentações de Heitor Villa-Lobos.

Ao final do evento, Antônio Carlos Secchin foi agraciado com o certificado de apresentação da palestra, e lançou nacionalmente sua primeira obra de ficção “Ana à esquerda & outros Movimentos”, publicado pela editora goiana Martelo, ocasião em que aconteceu também uma exposição artística da empresária e artista plástica Marina Nunes, com a exibição de telas inspiradas no tema da Semana de Arte Moderna de 1922.

Estiveram presentes na exposição, o vice-diretor da Ejug, desembargador Reinaldo Alves Ferreira; o juiz substituto em segundo grau, Avenir Passos de Oliveira; o artista plástico e juiz aposentado Carlos Elias da Silva; o presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás (IHGH) e promotor do Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), Jales Guedes Coelho Mendonça; o representante da Câmara Municipal de Goiânia, vereador Anselmo Pereira; o vice-presidente da Escola Superior de Advocacia de Goiás (ESA-GO), professor e advogado Carlos André, além de representantes da cultura de Goiás, como o presidente da Academia Goiana de Letras (AGL), Ubirajara Galli; o presidente da Associação Goiana de Imprensa (AGI), Valterli Guedes, e o presidente da Academia Goianiense de Letras, Aidenor Aires Pereira; bem como os escritores Geraldo Coelho Vaz, Miguel Jorge, Nilson Jaime e Sebastião Arantes Rocha;  e a cantora lírica Goiana Vieira da Anunciação.

Semana de 22

A Semana de Arte Moderna de 1922 aconteceu no mês de fevereiro deste mesmo ano, na cidade de São Paulo. O movimento reuniu artistas das mais diversas áreas, motivados pela renovação do cenário artístico-cultural brasileiro, por meio da busca por liberdade de criação e pela ruptura com os padrões vigentes à época, permitindo que a arte desempenhasse um papel cada vez mais contestador. O período foi dotado de efervescência cultural, em que os artistas puderam se manifestar de maneira inovadora, caracterizados pela informalidade, irreverência, rejeição ao academicismo e pela aproximação da linguagem popular e coloquial. Os escritores Mário de Andrade, Graça Aranha e Oswald de Andrade, bem como as artistas plásticas Anita Malfatti e Tarsila do Amaral, e os maestros Heitor Villa-Lobos e Ernani Braga são algumas das relevantes representações do modernismo brasileiro. (Texto: Carolina Dayrell/fotos: Wagner Soares – Centro de Comunicação Social do TJGO)

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