O policial militar Lucas Elias da Costa, de 32 anos, vai a júri popular, nesta quinta-feira (9), acusado de matar a tiros João Vitor Pereira Neves, após a vítima ter sido confundida por traficar drogas junto com seus colegas. O crime aconteceu no dia 25 de agosto de 2018, por volta das 2 horas, num espaço de evento na Vila Matinha, nesta capital. A sessão de julgamento será realizada, a partir das 8h30, no auditório do Fórum Criminal, localizado no Jardim Goiás, sob a presidência do juiz Jesseir Coelho de Alcântara, da 3ª Vara dos Crimes Dolosos contra a Vida e Tribunal do Júri de Goiânia.

Consta dos autos que o denunciado estava em uma distribuidora de bebidas na companhia de alguns amigos ingerindo bebida alcoólica. Naquele estabelecimento comercial, uma amiga dele chamou todos para irem para o lugar denominado Casa Verde Salão de Festas, em que comemorava seu aniversário. Então, o denunciado e seus amigos aceitaram o convite e se deslocaram para o referido lugar, onde chegaram por volta de 0h30.

Após chegarem na casa de festas, o denunciado e seus amigos suspeitaram que alguns rapazes presentes fossem pessoas envolvidas com a prática de crimes, e que estariam utilizando drogas no local. Em razão de tal suspeita, um dos amigos do réu saiu da casa de festa, passando a verificar as placas dos veículos que estavam estacionados nas proximidades, não tendo constatado nenhuma irregularidade.

Além disso, um dos amigos telefonou para a Polícia Militar revelando suas suspeitas, tendo recebido a informação de que a polícia não poderia comparecer ao local porque não havia viatura da área que pudesse dar apoio, posto que a região é de divisa entre dos distritos policiais, o 27º e o 30º. Logo em seguida, percebendo que a vítima e três amigos dela estavam saindo da casa de festa, o denunciado e um amigo resolveram abordá-los.

Do lado de fora do imóvel, o denunciado e o amigo perceberam que a vítima e seus amigos estavam se dirigindo a um veículo, que era de propriedade da mãe da vítima, estacionado em frente ao local, momento em que fizeram a abordagem, se identificando como policiais. A vítima e os amigos dele tentaram fugir. Na sequência, um foi dominado, outro correu para dentro da festa. Para conter a vítima João Vitor, que entraria no banco do motorista, o denunciado disparou contra ela, acertando a porta traseira do lado esquerdo do veículo. 

Após o primeiro tiro, a vítima tentou voltar para o interior da casa de festas, e, para impedir que ela frustrasse a abordagem, o denunciado efetuou na direção dela, dois tiros, atingindo-lhe duas vezes pelas costas. A vítima ainda conseguiu correr alguns metros, mas caiu no interior da casa de festas, não resistindo aos ferimentos e faleceu no local. Com os abordados, bem como no interior do veículo que ambos utilizavam, não foi encontrada nenhuma substância ilícita, armas ou produtos de crimes. (Texto: Acaray Martins – Centro de Comunicação Social do TJGO)

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