Foram mais de 8 horas de depoimento de testemunhas e informantes arroladas pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) no julgamento de Frederico da Rocha Talone e Alessandri da Rocha Almeida, acusados da morte de Martha Maria Cozac e do sobrinho dela, Henrique Talone, de 10 anos, em outubro de 1996. O júri começou às 8h40, desta terça-feira (7) e a previsão é que termine na madrugada desta quarta-feira (8).

Até o momento, sete testemunhas e três informantes foram ouvidos. Agora, faltam nove testemunhas de defesa. Por volta das 17 horas, o julgamento foi interrompido pelo juiz Eduardo Pio Mascarenhas da Silva, que deu um intervalo de 15 minutos.

O dia foi marcado pelo depoimento de mais de duas horas de Alonso de Souza Pinheiro, pai de Henrique Talone. Na condição de informante, ou seja, ele não prestou compromisso de dizer a verdade, devido ao parentesco com a vítima, ele discorreu sobre a notícia do falecimento do filho. Segundo ele, Elcione Maria da Rocha Talone, mãe de Frederico, ligou e disse que o filho dele havia morrido. “Ela me disse assim: Seu filho morreu, seu burro”.

Segundo ele, ao ficar sabendo do crime, ele foi ao até a sede da confecção de Martha Cozac e constatou que o local estava totalmente abandonado e garantiu que Elcione havia lavado o local do crime e não deixou ninguém entrar no quarto. “A porta do quarto onde eles estavam teve de ser arrombada porque estava trancada. No local do fato você não via nenhum vestígio. A Martha foi executada em cima da cama e os edredons foram lavados por Elcione”, relatou.

Devido a essas declarações, ele foi debatido pela defesa o que causou “mal-estar” entre acusação e os defensores , tendo o juiz que pedir ordem no 1° Tribunal do Júri. Familiares das vítimas e dos réus se manifestaram no plenário. “A próxima manifestação que houver, o oficial irá retirar a pessoa do local”, reiterou o magistrado aos presentes.

Alonso contou detalhes de como tentou ajudar nas investigações, por ser advogado e por ter tido o filho assassinado naquelas circunstâncias. Ao ser questionado pelo defensor, Paulo Teles, sobre as investigações ele confirmou que pediu ao delegado para pedir a prisão de Elcione. “Ela adulterou provas”, afirmou.

“A única certeza que eu tenho é meu filho e sobrinho são inocentes”, diz testemunha e mãe de um dos acusados

Elcione Maria da Rocha Talone, mãe de Frederico da Rocha Talone e tia de Alessandri da Rocha Almeida, declarou durante seu depoimento que tem certeza de que o filho e o sobrinho não tiveram participação no crime de Martha Cozac e do sobrinho Henrique Talone, de 10 anos. Ela nega qualquer envolvimento dos acusados no crime: “Nunca fariam isso”.

A sessão do 1° Tribunal do Júri de Goiânia é presidida pelo juiz Eduardo Pio Mascarenhas da Silva. Até o momento, sete testemunhas e três informantes foram ouvidos, todos arrolados pela acusação. Além disso, outras duas testemunhas de defesa foram ouvidas, sendo Elcione a terceira.
Segundo os promotores do caso, o crime aconteceu em 7 de outubro de 1996, no interior da empresa de confecção Última Página, de propriedade de Martha Cozac, então localizada no Setor Sul. Os teriam sido mortos a facadas pelos réus.

Elcione Maria, em rápidas palavras, informou como que ficou sabendo do fato. “Eu fiquei desesperada quando fiquei sabendo que assassinaram a Martha e o Henrique”, garantiu. Ela frisou que quando os policiais chegaram ao local do crime, o imóvel ficou isolado.  A mulher relatou ainda detalhes de como foi realizada uma busca e apreensão em sua casa. “Foi horrível. Eles entraram como um furacão, deixaram tudo fora do lugar, abriram gavetas e arrancaram tudo do lugar”, salientou.

Segundo ela, Martha era uma pessoa “muito descuida” em relação à casa e dormia com a porta aberta.  A testemunha negou que chamou Alonso, o pai de Henrique de burro. “Não é verdade que eu chamei ele de burro. Eu liguei para o Alonso e jamais o agredi, pelo contrário, não tinha razão para chamá-lo de burro”, disse.

Elcione frisou que era amiga de Martha e tinha Henrique como um filho. “Eu conheci a Martha quando eu me casei. Tudo que ela precisava era eu que socorria. Ela frequentava minha casa, dormia na cama dos meninos”, afirmou. Ela rebateu a declaração de Alonso que afirmou que Frederico trabalhou uns três meses na confecção de Martha. (Texto: Arianne Lopes / Fotos: Aline Caetano e Hernany César – Centro de Comunicação Social do TJGO)

Veja a galeria de fotos

  •    

    Ouvir notícia: