Os primeiros integrantes da Academia Corumbaense de Ciências, Letras, Artes e Música (AC-CLAM) foram empossados  no sábado  (13) à tarde, em solenidade bastante prestigiada, realizada no Cine Teatro Esmeralda, em Corumbá de Goiás. O presidente da Comissão de Cultura e Memória do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), desembargador Luiz Cláudio Veiga Braga, representou o TJGO naquela solenidade. A primeira presidente, que assumiu na mesma solenidade, é a escritora e servidora do Judiciário, Ana Ruth Fleury Curado.

“Quando eu presidi a Associação de Cultura de Corumbá de Goiás, em todos os lugares em que representávamos a cultura da cidade éramos questionados sobre a necessidade de termos uma academia de letras e artes”, informa a presidente da Academia, Ana Ruth Fleury Curado. “Em 2015, movidos pelo lançamento do meu livro, tivemos a primeira reunião focada na criação da Academia.”

Ana Ruth frisa que a Academia se dedicará “a apoiar, valorizar e difundir as manifestações artístico-culturais de Corumbá de Goiás e a preservar a memória dos patronos da Academia. E, claro, vai valorizar a cultura e o aprimoramento da Língua Portuguesa e da literatura”, ressalta ela.


O desembargador Luiz Cláudio Veiga Braga deu início ao seu discurso saudando todos os imortais e as autoridades presentes. “Prefiro os que me criticam, porque me corrigem, aos que me elogiam, porque me corrompem”, disse o desembargador ao citar Santo Agostinho. E continuou: “Meu elogio é poder participar de eventos dessa envergadura. É poder assinar a certidão de nascimento de uma confraria de intelectuais. Represento o Tribunal de Justiça nesta solenidade, porque faço questão de exaltar, prestigiar e integrar movimentos culturais”, destacou.



Luiz Cláudio Veiga Braga foi aplaudido de pé pelos presentes ao dizer que “neste País, onde cultura é subproduto, é preciso que lutemos para mostrar que cultura é gênero de primeira necessidade”. Ele também vinculou a cidade de Corumbá de Goiás com a sua Vila Boa, “porque são cidades irmãs. São cidades que se identificam nos ingredientes cultura e intelectualidade”, justificou.

Ao  final, o desembargador citou Fernando Pessoa: “O Tejo é o rio mais bonito do que o rio da minha aldeia. Mas o Tejo não é o rio mais bonito do que o rio da minha aldeia. Porque o rio da minha aldeia é Corumbá, aqui, e o Rio Vermelho acolá”.


Em sua fala, a presidente da Academia, Ana Ruth Fleury Curado, destacou que “nem tudo é beleza, nem tudo é perfeito. A vida de acadêmico não está pautada pelo sucesso financeiro. A história não esconde, que muitos escritores saíram às ruas vendendo seus livros, quase que de graça. Nesse Brasil de milhões de analfabetos, ser literato é criar, mas nada esperar. É pagar de seu próprio bolso, uma tiragem pequena de exemplares. Esse é o mundo que nos espera, mas é o mundo que o escritor não vê, porque ama incondicionalmente o ofício da arte”.

Integrantes

Integram a Academia escritores, músicos, artistas plásticos, cientistas, jornalistas e fomentadores culturais nascidos em Corumbá de Goiás ou que têm ligação cultural com a cidade.  Entre os novos acadêmicos estão escritores como Ana Ruth Fleury Curado, Ramir Curado e Hélio Rocha, além da historiadora Salma Saddi. A nova Academia tem como patronos personalidades como os escritores Bernardo Élis, José J. Veiga e Benedito Odilon Rocha, nascidos em Corumbá de Goiás. O assessor cultural do TJGO, Gabriel Nascente, também compareceu à solenidade de posse em Corumbá de Goiás.


Apontada como berço cultural de Goiás, Corumbá é a cidade natal de escritores consagrados, como os prosadores Bernardo Élis, autor de “Ermos e Gerais” e “O Tronco”, José J. Veiga, autor de “Os Cavalinhos de Platiplanto”, e o poeta e músico Benedito Odilon Rocha. (Texto: Bruno Rocha e Ana Cláudia Rocha/ Fotos: Pedro Vitor)








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