Mais do que serviços, o atendimento humanizado tem marcado a primeira edição do Justiça Itinerante, projeto idealizado pelo presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), desembargador Carlos França, para ampliar o acesso à Justiça nas comunidades mais distantes dos grandes centros urbanos e que até quinta-feira (27) está sendo realizado em Cavalcante.

Maria de Fátima Alves Gontijo, de 64 anos, por exemplo, teve seu caso resolvido com escuta atenta e boa vontade. Ela teve a aposentadoria concedida em 2019, momento em que o magistrado determinou que fossem pagos os valores retroativos à data em que ela entrou com o pedido. Ela recebeu o montante devido mas, em razão de sua simplicidade, ela não entendeu que precisaria retirar o primeiro pagamento mensal no banco e que, a partir daí, ela receberia o cartão com o qual teria acesso ao benefício.

Foram depositados quatro meses da aposentadoria, mas como ela não aparecia para sacar o dinheiro, o pagamento foi suspenso. Trabalhadora rural na região conhecida como Capela, ela veio até Cavalcante para tentar resolver a situação. Atendida por Clécio Bezerra Nunes Júnior, ela foi esclarecida sobre a razão da suspensão do benefício. “Ciente do caso dela, já liguei para um colega no INSS para solicitar o retorno do crédito dela, visto que tudo estava regularizado, mas ela não tinha as informações corretas para ter acesso ao benefício”, contou.

Simplicidade
Para o juiz de Valparaíso, Rodrigo Victor Foureaux Soares  (foto em destaque), que atua no Justiça Itinerante, o uso de uma linguagem coloquial e o preparo dos servidores da justiça para acolher esse público é fundamental para o sucesso do projeto. “São pessoas extremamente simples e humildes. Então, precisam encontrar o acolhimento e o atendimento humanizado na justiça, além de uma linguagem simples e compreensível”, observou ele, que, em vez de dizer, por exemplo, que a decisão foi procedente, prefere explicar para a parte que tudo deu certo.

Segundo ele, essa simplicidade do público que busca os serviços oferecidos no Justiça Itinerante faz com que muitos deles percam benefícios como aposentadoria por idade ou invalidez, além de pensão por morte, que prescrevem por falta de informação da parte.

Orientação


Anfitrião do evento, o juiz de Cavalcante Leonardo de Souza Santos (foto) reforçou junto aos servidores a necessidade de se adequar os procedimentos, rotinas e a própria linguagem para o atendimento desses jurisdicionados. “A finalidade do evento é justamente alcançar esse público. Nós pudemos verificar nas audiências e nos processos que há uma dificuldade de acesso até a documentação e a direitos fundamentais básicos”, afirmou ele, para quem é dever do Poder Judiciário se aproximar da população. Veja galeria (Texto: Aline Leonardo - Fotos: Acaray Martins - Centro de Comunicação Social do TJGO)

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