O desembargador Luiz Cláudio Veiga Braga, coordenador do Grupo de Estudos de Literatura e Direito da Escola Judicial de Goiás (Ejug) e presidente da Comissão de Memória e Cultura do TJGO abriu, na segunda-feira (28), no auditório da Ejug,  palestra com o historiador Nasr Chaul, que abordou o tema “História de Goiás: fatos, mitos e alusão à obra Grande Sertão: Veredas”.

Além do desembargador Luiz Cláudio Veiga Braga, fizeram parte da mesa dos trabalhos o presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO), desembargador Itaney Campos, que também integra a Comissão de Memória e Cultura do TJGO e o vice-coordenador do Grupo de Estudos de Literatura e Direito da Ejug, juiz Eduardo Perez. O desembargador Edson Miguel da Silva e o juiz Abílio Wolney Aires Neto também participaram do evento.

O coordenador do Grupo de Estudos de Literatura e Direito, desembargador Luiz Cláudio Veiga Braga, ao abrir o evento, ressaltou que o palestrante, professor Nasr Chaul, é um dos intelectuais mais completos do Estado de Goiás. “E, para além de historiador, foi gestor público, ocupou importantes funções no Estado e é letrista consagrado de inúmeras músicas”, completou.

Música e história

Utilizando de uma forma leve e didática de apresentação do tema proposto pelo Grupo de Estudos de Literatura e Direito da Ejug, Nasr Chaul alternou a sua abordagem com apresentações musicais de sua autoria, ao debater fatos e mitos da história de Goiás, e relacionar aspectos semelhantes à obra Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa. Nasr Chaul observou que a chamada “decadência”, que compreende o período da mineração e Primeira República, “é um mito articuladamente construído por historiadores, viajantes e escritores e, mais tarde, políticos”.



“Passamos 150 anos em média de uma forma totalmente depreciativa, como atraso, para, depois, com a fundação de Goiânia, sermos entendidos com a era da modernidade”, informou Chaul, detalhando, em seguida, o conceito de decadência, a visão dos viajantes europeus, da agricultura e pecuária, contrabando e concubinato.

“A identidade cultural do goiano está ligada intimamente à sua condição histórica. Temos a mesma ausência do mar, como Minas Gerais, o mesmo luar do sertão, mas o ouro nos legou herança provinciana. Nossa história foi edificada sobre pilastras básicas de decadência, atraso e modernidade, com necessárias reflexões sobre seus marcos fundamentais de análise”, enfatizou Nasr Chaul. Ao final da apresentação, magistrados, servidores e participantes fizeram perguntas ao palestrante. (Texto: Loren Milhomem/ Fotos: Gushtavo Crispim- Centro de Comunicação Social do TJGO)

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