Teve início, nesta quinta-feira (16/11), curso de Inteligência Artificial para magistrados, com objetivo de apresentar os novos desafios e atualizá-los acerca das diversas possíveis aplicação no Poder Judiciário. O curso, que segue até a próxima segunda-feira (20/11), é ministrado pelos professores da USP, Ana Carla Bliacheriene (doutora em Direito) e Luciano Vieira de Araújo (doutor em Bioinformática). As aulas ocorrem na sala multiuso 1, da Ejug.

Os professores explicaram a definição e tipologia das Inteligências Artificiais, como a chamada lA Generativa, que é treinada a partir de conteúdos (bases de dados) existentes, que se destinam a gerar novos conteúdos, como ocorre, por exemplo, com ferramentas como o Chat GPT.

“A Inteligência Artificial Generativa não é planilha de Excel. Depende totalmente de quem a utiliza, e sempre apresenta resultados diferentes para usuários distintos; o que não é um problema em si, é uma qualidade, porque por trás dela sempre haverá a atuação humana”, pontuou a professora Ana Carla Bliacheriene.



A professora observou que, desde novembro de 2022, qualquer prova processual pode ter sido produzida total ou parcialmente por uma IA Generativa, o que implica em ter similitude relevante com conteúdos produzido por humanos, gerando dificuldade de diferenciação ao magistrado. “Essa é uma aflição que nós, operadores do Direito, temos atualmente. Ainda teremos de desenvolver caminhos para certificar o que teve ou não influência”, enfatizou. “A valoração da prova terá de ser revista, porque a prova por si só pode não provar mais nada”, completou .

O professor Luciano Vieira de Araújo ressaltou que é imprescindível ter conhecimento sobre o assunto que se pesquisa, para que seja possível fazer curadoria que assegure a legitimidade das informações. “Sabedoria é a capacidade de avaliar o conhecimento”, disse, citando o pensador Russell Ackoff.

O cronograma do curso está no https://www.tjgo.jus.br/index.php/institucional/escola-judicial